Fonte: G1
Em uma tentativa de reforçar o programa de utilização dos Vants (veículos aéreos não tripulados) no combate ao tráfico na região de fronteira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, viajará a La Paz, na Bolívia, no próximo dia 8, para fechar acordo de uso compartilhado do equipamento. O acordo permitirá que os Vants da Polícia Federal possam sobrevoar o espaço aéreo da Bolívia em operações de combate ao narcotráfico.
Esta deverá ser a última rodada de uma negociação com o ministro da Justiça da Bolívia, Carlos Romero, que vinha se arrastando há dois anos. Com os Vants, a polícia poderá fazer imagens aéreas e identificar plantações de folha de coca que extrapolam os limites permitidos pelas leis bolivianas. As informações facilitariam futuras operações de erradicação de parte destas plantações.
Para Cardozo, o cerco a áreas de produção é fundamental para o combate ao tráfico da cocaína no Brasil.
— Estamos com um bom entendimento com a Bolívia. O ministro Romero gostou da ideia. Então, eu e o diretor da PF, Leandro Daiello, estaremos em La Paz para acertar todos os aspectos para que possamos usar os Vants (na Bolívia) — disse Cardozo.
O Programa Vant foi anunciado durante a campanha eleitoral de 2010, mas até hoje está em fase preliminar. Dos dois aviões adquiridos pela PF, um só foi entregue no final do ano passado, como informou O GLOBO.
Cardozo reconhece dificuldades na implementação do programa, mas sustenta que os problemas foram sanados. Segundo ele, nas próximas semanas a PF deverá inaugurar em Brasília um centro de acompanhamento das operações do Vant.
A partir de um computador da chamada “sala de situação”, policiais em Brasília poderão acompanhar as incursões dos Vants no Brasil ou em outros países da região.
A continuidade do uso dos Vants depende de um contrato de manutenção que será firmado entre a PF e a empresa que fabrica o avião. Daiello só deve assinar os papéis quando receber o aval do Tribunal de Contas da União (TCU). Cardozo disse que não é certo que o governo comprará 14 Vants, como estava previsto no plano inicial. Segundo ele, com o avanço tecnológico, talvez não seja necessária uma frota tão grande. Ele afirma que, com número menor, a PF poderia atender a demanda interna e até de outros países vizinhos.
Ele disse que, nas próximas semanas, visitará governadores dos estados que têm fronteiras com outros países. A ideia de Cardozo é avaliar a estrutura de controle e fiscalização e, se necessário, reforçar as medidas de combate ao narcotráfico, tráfico de armas e ao contrabando de mercadorias, entre outros crimes.
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