Cláudio Humberto – 12/02/2012
Reportagem do jornal New York Times, na segunda-feira, 11, resume no título uma grave constatação: ''Brasil, onde um juiz ganhou R$ 720 mil em um mês, discute salários ''. Segundo o jornal, os salários exuberantes de muitos funcionários públicos demonstram a disparidade de renda e também mostra que, ao contrário dos Estados Unidos e de países da Europa, o bom negócio no Brasil é virar um servidor público.
''Há várias formas de ficar rico no Brasil, mas há uma surpreendente estratégia para o clima econômico atual: garantir um emprego público '', propõe a matéria. Além do caso do ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo Roberto Antonio Vallim Bellocchi, que chegou a receber R$ 723 mil em um só mês, o NYT menciona o caso do motorista da Câmara Municipal de São Paulo que recebe mais que o prefeito da capital paulista e também do funcionário de um tribunal de Brasília que levava R$ 37,5 mil por mês, bem acima do teto constitucional de pouco mais de R$ 28 mil.
Em comparação, o maior salário de um juiz estadual de Nova York é de cerca de R$ 33 mil por mês. A publicação americana também afirma que em 2012, 1,5 mil funcionários da Câmara dos Deputados e do Senado ganhavam mais que o permitido pelo teto, que é equivalente ao salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal. ''Poderosos sindicatos para algumas classes de trabalhadores públicos, forte proteção legal para esses servidores, um inchaço do setor público que criou muitos cargos bem remunerados e benefícios que podem ser explorados por insiders, têm feito do setor público do Brasil um desejado bastião do privilégio '', analisa o NYT.
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NY Times cita série de supersalários do Congresso em Foco
Mariana Haubert – Congresso em Foco – 12/02/2013
Caso dos supersalários é usado como exemplo em reportagem que trata dos abusos existentes no setor público
Um dos jornais de maior prestígio no mundo, o americano The New York Times, citou a série de reportagens doCongresso em Foco sobre os supersalários no Poder Legislativo em uma matéria publicada no domingo (10). O texto faz uma relação sobre os altos valores pagos no setor público no Brasil e a relação deles com o desenvolvimento do país.
Segundo a matéria, o país paga a alguns funcionários públicos salários exorbitantes que ferem o limite constitucional enquanto outras carreiras têm salários deficitários, como os professores e policiais que em alguns lugares do país recebem apenas um salário mínimo.
Para ilustrar as desigualdades, o jornal comparou a situação de algumas áreas com o caso revelado pelo Congresso em Foco de que mais de que mas de 1,5 mil servidores do Senado e da Câmara dos Deputados recebiam salários de mais de R$ 28 mil.
O NYT referiu-se ao Congresso em Foco como um importante ''watchgod group '', que em uma tradução literal significa ''cão de guarda '', em uma referência à vigilância exercida pelo site sobre a política brasileira e a sua contribuição para o combate à corrupção no país.
Para o jornal americano, a situação tende a mudar, já que setores do próprio funcionalismo têm se espantado com os exageros, como a revogação de alguns supersalários no Tribunal de Contas de São Paulo feita pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, em dezembro do ano passado.
Por causa da divulgação dos supersalários, 50 processos foram impetrados em 2011 contra osite por funcionários do Senado, motivados pelo Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo (Sindilegis), que tiveram seus nomes divulgados por terem recebido salários acima do teto constitucional. A relação constava de uma auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em 2009.
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Servidores: 'New York Times' destaca altos salários de servidores no Brasil
O Globo – 12/02/2013
Os supersalários de uma parcela dos servidores públicos brasileiros ganharam destaque na edição da segunda-feira, 11, do jornal americano “The New York Times”. Sob o título “Brasil, onde um juiz ganhou US$ 361,5 mil num mês, revolta-se com os salários”, a reportagem diz que os altos vencimentos de alguns servidores brasileiros deixam o funcionalismo nos Estados Unidos e na Europa em situação humilhante – ainda mais depois da crise financeira que reduziu contracheques e eliminou postos de trabalho em países desenvolvidos.
A reportagem menciona casos no Judiciário, no Executivo e no Legislativo em nível federal, estadual e municipal, mas sem citar nomes. No caso do juiz cuja remuneração dá título ao texto, trata-se de um magistrado de São Paulo que teria recebido o equivalente a R$ 712 mil num mês – o texto não esclarece o motivo de tamanha quantia.
A título de comparação, a reportagem informa que os salários mais altos de juízes no estado de Nova York giram em torno de US$ 198.600 por ano (cerca de R$ 391 mil, ou R$ 33 mil mensais).
O jornal americano chama atenção para as disparidades salariais entre diferentes carreiras públicas no Brasil, destacando que professores e policiais têm baixa remuneração.
“Enquanto os vencimentos de milhares de servidores públicos ultrapassam o teto constitucional, muitos outros lutam para sobreviver. Em todo o país, professores e policiais geralmente ganham pouco mais de US$ 1.000 (R$ 1.970) por mês e, algumas vezes, menos, exacerbando as preocupações com segurança e o titubeante sistema de ensino”, diz o texto.
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