Fonte: Correio Braziliense
Em cinco operações distintas, realizadas ontem, a Polícia Federal foi às ruas em várias cidades do país para cumprir mais de 90 mandados de prisão por crimes que vão de fraude a tráfico de drogas. Em uma das ações, desencadeada na Paraíba, foram detidos um juiz, advogados e servidores do Poder Judiciário, acusados de criar o que a PF chamou de “fábrica de multas processuais”. No interior de São Paulo, quatro empresários foram levados para a cadeia por desvio de recursos dos ministérios das Cidades e do Turismo. Mas um dos principais alvos dos investigadores eram pessoas ligadas ao tráfico de entorpecentes.
Com a ajuda da Corregedoria do Tribunal de Justiça da Paraíba, a PF promoveu a Operação Astringere, para acabar com o esquema de multas processuais comandadas por um magistrado, que contava com a ajuda de quatro advogados, um delegado da Polícia Civil, dois servidores e mais duas pessoas. O esquema estava sendo investigado desde o ano passado, quando foram desencadeadas as operações Squadre e Sinistro, nas quais o policial já havia sido detido. Além de falsificar documentos, o grupo manipulava processos e chantageava pessoas quem tinham demandas judiciais. A PF não informou o total dos recursos envolvidos nas fraudes.
Em Jales, no interior de São Paulo, quatro empresários — entre eles um casal — foram presos por fraude em licitações no âmbito da Operação Fratelli. A PF buscava, até o fim da tarde de ontem, mais nove pessoas acusadas de envolvimento com o esquema. Entre elas, quatro irmãos de um dos detidos, além de sócios e diretores das empresas investigadas. O grupo vinha sendo observado desde o ano passado. Alguns dos envolvidos já haviam sido detidos em outras ocasiões, mas liberados pela Justiça por meio de habeas corpus. A PF não informou o volume de recursos desviados e nem quais foram as licitações fraudadas.
Nove pessoas também foram presas pela PF na Operação Oceânia, que apurou a clonagem de cartões de crédito. O grupo agia na Bahia, em Pernambuco e no Distrito Federal. Os recursos arrecadados eram usados na compra de bens e passagens aéreas. Um dos envolvidos tinha sido preso cinco anos atrás por envolvimento com tráfico de pessoas. Em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, a PF levou para a cadeia 13 envolvidos com desvio de produtos comprados pela internet. Entre eles, seis carteiros.
Até o fim da tarde de ontem, a Polícia Federal havia cumprido 30 dos 52 mandados de prisão na Operação Comboio, também desencadeada ontem para desbaratar uma quadrilha de traficantes de drogas de origem boliviana. A PF apreendeu, pelo menos, 560kg ao longo deste ano e prendeu 13 pessoas que serviam como mula (pessoa que faz o transporte da droga) para o esquema.
Também relacionada ao tráfico de entorpecentes, a PF desencadeou ontem em Minas Gerais, no Rio, em Goiás e na Bahia a Operação Bad Trip (viagem ruim, em tradução livre), que prendeu oito envolvidos com o comércio internacional de produtos químicos para a produção de drogas sintéticas. As investigações, que duraram mais de um ano, começaram com a apreensão de cerca de 50 mil comprimidos de ecstasy, em Goiás.
Operações no atacado
Confira o que motivou cada uma das ações da PF
» Correios — Desvio de produtos comprados pela internet: 13 ordens de prisão em Niterói
» Bad Trip — Tráfico de produtos químicos para drogas sintéticas: 8 ordens de prisão no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em Goiás
» Fratelli — Fraudes em licitações: 13 mandados no interior de São Paulo
» Comboio — Tráfico de drogas: 52 mandados de prisão em Mato Grosso, no Pará, no Tocantins e no Maranhão
» Oceânia — Clonagem de cartão de crédito: 9 prisões
» Astringere — Fraudes processuais: prisão de um juiz, advogados e servidores do Judiciário da Paraíba
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