Fonte: Agência Fenapef
Em todo o país acontecem reuniões com os policiais federais que participarão das operações da Polícia Federal para a Copa das Confederações.
Infelizmente, mal começaram as atividades e os sindicatos já estão recebendo denúncias de assédio moral coletivo por parte dos delegados responsáveis pelas chefias das equipes.
Conforme relatos dos colegas, as reuniões estão aplicando uma espécie paradoxal de estímulo, numa mistura de psicologia infantil e ameaça de procedimentos disciplinares.
Na fase inicial, os delegados responsáveis pela coordenação tentam motivar os policiais e dizem que os servidores fazem parte de uma elite, que devem trabalhar bem se querem realmente o reconhecimento de nível superior.
Ora, o nível superior existe desde 1996! E não se trata de um mero reconhecimento em lei, pois a Lei n. 9266/96 já é bastante clara ao exigir o nível acadêmico para todos os policiais federais, sem distinção.
Quem ignora o nível superior da grande maioria de policiais federais é justamente a administração do órgão, monopolizada pelos dois cargos que, antes de 1996, já possuíam a exigência de nível superior, e hoje boicotam, pois parecem ver como uma ameaça o crescimento profissional dos demais cargos policiais.
O mais incrível é perceber que esse estranho discurso tenta resgatar a motivação de policiais federais esquecidos pelo Governo Federal e discriminados historicamente por aqueles que, agora, tentam motivá-los.
Realmente é uma lástima perceber que a Polícia Federal está falindo por conta de servidores que não possuem a mínima aptidão para a gestão, justamente por serem cargos públicos que exigem unicamente a formação em Direito.
A Fenapef e os sindicatos da Polícia Federal já deixaram claro para o Poder Executivo que não se valerão dos grandes eventos como forma de extorquir o governo prejudicando a população, ao contrário da estratégia exibida pela ADPF no ano passado, quando tentou amedrontar o TSE sobre o risco da greve prejudicar as eleições.
Enquanto a estrutura sindical da PF tenta buscar soluções para a maior crise da história do órgão, pseudo-gestores parecem brincar com os servidores. Como tornar oficial um discurso de ameaça travestido de motivação, se já são observados pelos setores de recursos humanos um índice recorde de doenças mentais e suicídios?
A Fenapef torna público seu repúdio à falta de profissionalismo da Administração da Polícia Federal em relação aos seus servidores, que estão desmotivados por conta de um histórico descaso do Governo Federal, e por conta de uma política de recursos humanos segregacionista e extremamente preconceituosa.
Até quando?
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