Fonte: O Globo
Força acusa partido de se aproveitar de mobilização marcada para quinta-feira; CUT ironiza
A participação do PT no chamado Dia Nacional de Luta, marcado para quinta-feira, divide as principais centrais sindicais do país. De um lado, a Força Sindical e a União Geral dos Trabalhadores (UGT) argumentam que o partido está querendo usar a manifestação para tirar do foco questões trabalhistas levantadas pelas entidades. Do outro, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), afinada ao governo federal, diz considerar legítima a decisão do PT em aproveitar o momento para levantar a bandeira da reforma política. A direção do partido, que evitou ontem polemizar sobre o racha nas centrais, orientou a militância a ir para as ruas e participar das mobilizações. O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, disse que há uma tentativa do PT de usar o ato das centrais para fazer campanha a favor do plebiscito da reforma política sugerido pela presidente Dilma Rousseff. – A pauta (das centrais) é a mesma, e não avançou em nada no governo Dilma. Está muito clara, definida. Não é hora de uma tentativa de contrabando do PT, de discutir uma pauta política com a bandeira do plebiscito – disse Paulinho da Força. – Se eles quiserem nos apoiar, serão bem-vindos, como o PMDB anunciou que faria. Até porque nossa manifestação é, principalmente, contra a Dilma. Por meio da assessoria, a UGT informou que a reforma política é importante, mas que o Dia Nacional de Luta não é a ocasião para discuti-la junto com as pautas trabalhistas. Participarão do ato de quinta-feira pela UGT comerciários e motoboys, entre outras categorias, que devem bloquear rodovias. A entidade disse que as manifestações serão pacíficas e repudiará qualquer tipo de infiltração ou vandalismo. Ligada ao PT, a CUT, no entanto, disse que é legítima a mobilização pela reforma política no próximo dia 11 e afirmou que sempre foi favorável à questão. O secretário de Administração, Quintino Severo, adiantou que o foco, no entanto, é a chamada pauta trabalhista. E cutucou Paulinho. – Primeiramente, nós sempre defendemos uma reforma política, que é muito mais ampla que uma reforma eleitoral. Acho que ele (Paulinho) está fugindo do debate, talvez porque a reforma possa prejudicar a criação de seu partido. O foco é a pauta trabalhista, unificada, das centrais. Mas achamos importante que a sociedade debata outros temas mais amplos. Pauta das centrais é diversificada Em meio a discussões, as cinco principais centrais sindicais do país começaram ontem a divulgar os locais onde ocorrerão paralisações do Dia Nacional de Luta. A pauta de reivindicação é ampla e inclui, entre outros, o fim do fator previdenciário; jornada de 40 horas semanais, sem redução salarial; reforma agrária; fim dos leilões do petróleo; e mais investimentos em Saúde, Educação e Segurança. As manifestações acontecerão, pelo menos, em 22 estados e no Distrito Federal. Na quinta-feira, a CUT disse que irá mobilizar 29 categorias. Ocorrerão atos de professores, metalúrgicos do ABC, químicos e bancários. No Rio de Janeiro, a princípio, está previsto um grande ato com concentração de manifestantes na Candelária, com posterior passeata pelas ruas da cidade em direção à Cinelândia. A central prevê, ainda, manifestações em Maceió (Praça do Centenário), em Campo Grande (Praça do Rádio), em Belém (passeata partindo da prefeitura), e em Porto Alegre (caminhadas saem em direção ao Largo Glênio Peres), entre outras. Já a Força Sindical programa, em São Paulo, o fechamento da Marginal Tietê e da Avenida do Estado, além do bloqueio das rodovias Anchieta, Castello Branco, Raposo Tavares, Fernão Dias, Dutra e Mogi-Bertioga. No Distrito Federal, a Força Sindical fará uma passeata, cuja concentração será na catedral de Brasília, até o Congresso Nacional. |
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