Fonte: Assessorias Fenapef e Ontoniel Lima
Parlamentares e Policiais querem mudanças no atual quadro da PF
Após vários anos de tentativas de negociação com o Governo Federal, policiais federais de vários estados organizam deslocamento para Brasília na próxima terça-feira (16), para a “Marcha pela Reforma da Polícia Federal”.
A concentração será em frente à sede do Departamento de Polícia Federal (DPF) a partir das 9 horas, e seguirá até o Congresso Nacional, local em que será lançada oficialmente a Frente Parlamentar em Apoio pela Reestruturação da Polícia Federal (Salão Freitas Nobre – Câmara dos Deputados às 14 horas).
A Frente Parlamentar, composta por oito parlamentares e coordenada pelo deputado federal Otoniel Lima (PRB/SP), tem como objetivo discutir a atual situação da Polícia Federal e promover mudanças em sua estrutura orgânica e de carreira, além de melhorias nas condições de trabalho destes servidores e aumento da qualidade das investigações.
“A ideia da Frente Parlamentar surgiu depois da minha visita a Ponte da Amizade. Percebi que a situação do prédio e dos agentes era sub-humana e as reuniões com os representantes sindicais deixaram essa visão mais nítida ainda: o Departamento de Polícia Federal precisa de socorro”, disse Otoniel Lima.
Segundo o presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Jones Borges Leal, o Departamento de Polícia Federal está muito fragilizado. Leal espera que a Frente ajude na reestruturação da Instituição. “As mudanças são necessárias e só trarão benefícios para a sociedade, servidores e para o próprio Departamento de Polícia Federal”, declarou.
RAIO X
Falta plano de carreira: A categoria ganhou caráter de nível superior em 1996, porém, não existe um plano de carreira. Profissionais experientes não ascendem, não assumem cargos de chefias e não têm oportunidade de passar adiante suas vivências. Alguns acabam sendo comandados por recém-empossados, sem experiência. Enquanto isso, nas melhores policias do mundo, como o FBI, a experiência e a competência são os verdadeiros critérios para indicação dos cargos de chefia.
Perseguições: Pesquisa em andamento pela Fenapef já aponta que aproximadamente 30% dos ocupantes de três cargos (agentes, escrivães e papiloscopistas) se submetem ou já se submeteram a tratamento psicológico ou psiquiátrico por conta de um ambiente de trabalho contaminado pelo assédio moral.
Evasão: Aproximadamente 200 policiais federais treinados deixam a PF todos os anos. Muitos migram para outros concursos mais atraentes. O número de empossados não é suficiente para compensar essa diminuição do atual quadro. Como será o futuro da PF se tantos profissionais experientes saírem todos os anos?
Os Agentes, Escrivães, Papiloscopistas e Administrativos, servidores de carreira típica de Estado de Nível Superior, clamam por modificações que refletem na qualidade de vida e de trabalho. Maior investimento na capacitação dos servidores e nos recursos materiais da Policia Federal. Temos que investir contra a criminalidade e a violência.
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