Fonte: Sindipol/DF
Há mais de três anos a Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPEF) vem realizando gestões junto ao governo federal (Ministério da Justiça) no sentido de modernizar a administração/gestão do Departamento de Polícia Federal, a fim de torná-lo mais eficiente.
Por várias vezes foram realizadas reuniões para tratar de assuntos referentes à publicação das atribuições dos agentes, escrivães e papiloscopistas, e da reestruturação da carreira dos cargos anteriormente citados, mas o governo federal parece ter ouvidos moucos para os integrantes destes cargos, que representam 80% do efetivo do órgão!
A FENAPEF também tentou mostrar ao Congresso Nacional que o órgão pode ser muito mais eficiente do que é hoje. Há poucos dias foi criada uma frente parlamentar para a reestruturação da polícia federal, mas nada de efetivo ainda foi feito.
A FENAPEF também se posicionou de forma contrária à aprovação do PLC 132 e da PEC 37, que não trazem mudanças significativas ao modelo de investigação vigente, ao contrário, concentram ainda mais as investigações, sendo, dessa forma, prejudiciais à sociedade brasileira. Os dois projetos têm por finalidade aumentar o poder de um cargo deixando de lado o interesse público.
Agora o clamor vem das ruas, a juventude brasileira quer mudanças no serviço público. A sociedade carece de um serviço público de qualidade. As armas e drogas tomaram conta de nossas ruas. O crack se transformou em pandemia. São mais de quatro milhões de viciados que não dispõem de centros de tratamento específicos! Nunca se matou tanto no país. São mais de quinhentos homicídios por mês. Nossas fronteiras continuam abandonadas! A Polícia Federal, responsável pela segurança aeroportuária e de fronteiras, está rachada, paralisada, e sem forças para reagir!
Para surpresa de todos, contrariando a voz das ruas, no dia 20 de junho de 2013, quinta-feira, dia de intensos protestos pelo país, a presidente DILMA, assessorada pelo Ministro da Justiça, sancionou o PLC 132. Este projeto agora é a Lei 12.830/2013. Esta Lei, conhecida como “lei dos delegados” torna as polícias ainda mais burocráticas e ineficientes. Esta lei faz da figura do delegado o centro de todas as atividades investigativas desenvolvidas pela polícia judiciária, um retrocesso ao combalido modelo de investigação vigente. Com essa Lei os delegados se tornaram o filtro governamental entre a informação e o Ministério Público.
Chegamos ao fundo do poço. Este modelo de polícia não nos serve mais! Precisamos de um novo modelo de investigação, mais célere, desburocratizado e eficiente, é o que clama a sociedade. Precisamos de uma polícia com uma nova estrutura e com espírito de corpo, voltada para o interesse público. Essa nova polícia não carece de chefes burocratas, gananciosos de poder e status; necessita de líderes voltados para a operacionalidade investigativa! Precisamos de uma polícia de Estado, republicana e isenta. Não conseguiremos isso no submundo do Congresso Nacional cooptando parlamentares para aprovação de projetos macabros e corporativistas!
A Polícia Federal e a sociedade brasileira carecem de mudanças urgentes!
Comments are closed.