Fonte: Sindipol/DF
O inaceitável encurralamento da comitiva do Papa Francisco I na Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, é apenas uma amostra da crise de liderança e de competência que assola a PF. Ainda que a Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro e a Secretaria Especial para Segurança de Grandes Eventos tenham afirmado, em nota conjunta nesta terça (23), que a decisão de mudar o caminho do cortejo foi decisão do Vaticano, não há explicação razoável para contrariar os manuais básicos da Divisão de Segurança de Dignitários. A despeito de a imprensa italiana e outros meios de comunicação internacionais terem classificado a organização como um “desastre”, surpreendentemente para a SESGE a avaliação foi positiva, pois “não houve incidentes”.
Como se não bastasse o risco a que foi exposto o Pontífice e o denodo apresentado por nossos colegas exposto em rede nacional, observamos que não faltam obstáculos no bom andamento da missão em andamento. A coordenação da Operação JMJ 2013 “sugestionou” que os policiais federais comprem capas de chuva com o dinheiro de suas remunerações. Além disso, não há condições satisfatórias para o fiel cumprimento da missão de garantir o sono do Papa na Residência Assunção, localizada na estrada do Sumaré, um dos acessos ao Cristo Redentor. Não foi planejada estrutura, faltando desde água e cobertura para os Policiais Federais até a apresentação de básico levantamento de risco para os que estão cumprindo a referida segurança.
Infelizmente observamos que as instâncias governamentais continuam se esquivando de discutir problema crônico da sociedade brasileira: a segurança pública. Os verdadeiros Policiais Federais vêm, diuturnamente, denunciando problemas estruturais e a falta de gestão por conhecimento na Carreira. E a manutenção desse sistema feudal, pautado na indicação política, cobra seu preço e demonstra seus resultados. Segurança pública com índices baixíssimos de efetividade, áreas sensíveis, como a de segurança de dignitários e imigração tratadas de maneira secundária, desaguando em um vexame nacional.
Por fim exaltamos os Policiais Federais que, mesmo sem estrutura, em situação adversa e com risco de vida agravado, estão doando seu trabalho para minorar a falta de gestão por competência.
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