Fonte: Painel TV Brasil
Confira abaixo a matéria do ex-presidente do Sindipol/DF Cláudio Avellar. Veja vídeo aqui.
Nessa proposta de avaliar o modelo policial brasileiro, iniciamos com a Rodoviária Federal, que possui o modelo mais perto do ideal, fato facilmente demonstrado pelo crescimento da instituição, a Policia Militar, com sua gama de atividades civis, porém com o pensamento doutrinariamente militar e agora passamos a comentar em comparação, as atividades da Polícia Federal, que também é uma polícia civil, porém com atribuições que visam a defesa do patrimônio da União assim como a vida de servidores públicos federais, no exercício de suas funções, o tráfico de drogas, o contrabando, a segurança privada, os crimes previdenciários, os crimes contra o meio ambiente, a segurança nos grandes eventos e tantos outros.
Como instituição é uma das mais completas, pelo fato de assumir uma gama de atribuições e principalmente por reprimir um dos crimes que mais chocam o povo brasileiro, A CORRUPÇÃO.
Porém internamente o DPF está a beira do abismo, pela crise que leva os servidores à desmotivação total.
Um dos piores fatores seria a falta de critérios para a ocupação das funções, que permite que um servidor sem conhecimento comprovado, atue em áreas estratégicas e na maioria do casos, chefiando policiais mais experientes, porém pela falta desses critérios e de uma carreira bem definida, acaba por ocorrer um choque de identidade, pois trabalhar bem ou não, de nada adianta, sendo o melhor critério ainda, é o de ser amigo do rei. Pessoas erradas nos lugares errados e a grande maioria dos policiais federais é desmotivada e com uma baixíssima alto estima.
Essa falta de possibilidades em recompensa ao bom trabalho e a estrutura hierarquizada, porém sem respaldo na competência, produz como resultado um órgão que vive de aparências, com movimentos reivindicatórios se repetindo ano a ano, sem contar com o bom senso do Governo, que apesar dos projetos de melhoria na Segurança Pública, deixa em segundo plano o DPF, que não consegue equilibrar as relações trabalhistas.
Como resultado de tudo isso, aliado ao moroso e ineficiente inquérito policial que as autoridades insistem em confundir com a investigação policial, apesar de não resultar em praticamente nada, nas estatísticas vai indo muito bem, pois as prisões são feitas e mesmo que não se mantenham no decorrer no processo, já engrossaram os números.
Outro fato que ajuda muito a falta de planejamento e competência é que o crime na verdade não é tão organizado como se pensa, a prova disso é que apesar das inúmeras oportunidadesem que a polícia conta para o mundo, suas técnicas de investigação, criminosos continuam a atuar do mesmo jeito e acabam presos.
O terrorismos no Brasil não existe e nunca houve um atentado sequer contra a vida das autoridades protegidas e no vai e vem das entrevistas, está tudo bem. Só quem sabe como é feito são aqueles que de fato participam das missões, mas prescindir da experiência é um fator próprio da falta de compromisso, além do corporativismo das classes dominantes, que impõe tal qual as polícias civis estaduais, o poder pelo poder, como forma da manutenção do sistema como está.
Na qualidade de quem já esteve a frente do sindicato dos policiais federais e de incansável defensor dos direitos dos trabalhadores, inclusive os da segurança pública, infelizmente tenho que reprovar o modelo de gestão e sugerir mais uma vez ao Governo Federal que promova de fato, uma reengenharia na Polícia Federal, dando valor a quem possuir mais competência ou então que se partilhe o órgão em várias agências federais, seguindo o exemplo americano, que sem dívida é um sucesso: uma agência de combate ao narcotráfico, de combate a crimes fazendários, agência de imigração e por aí vai…
Sem dúvida essas mudanças são necessárias.
Estamos de olho.
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