Fonte: G1
Cerca de 200 policiais federais do Distrito Federal iniciaram nesta segunda-feira (19) às 11h uma greve prevista para durar 48 horas. A categoria pede reestruturação da carreira com definição em lei das atribuições de escrivães, papiloscopistas e agentes. Os grevistas também pedem fim do assédio moral na PF.
Segundo o sindicato que representa a categoria e a assessoria de imprensa da Polícia Federal, todos os serviços prestados pela PF continuam funcionando normalmente, incluindo a emissão de passaporte. O Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindipol-DF) informou que há cerca de 1.500 servidores da PF no DF, incluindo delegados, peritos e servidores de carreiras administrativos – categorias que não paralisaram.
O presidente do Sindipol-DF, Flavio Werneck, reivindica que escrivães, papiloscopistas e agentes tenham equiparação salarial com as carreiras de agências reguladoras. Segundo Werneck, hoje o salário líquido inicial dos trabalhadores da PF é de aproximadamente R$ 5 mil e chega a cerca de R$ 9 mil em fim de carreira.
“Queremos o fim do apartheid profissional que hoje só permite que exista chefia para delegados e peritos. Há um assédio moral constante e abusos no Departamento da PF. Hoje, o policial federal que trabalha em área fronteira no combate ao narcotráfico ganham R$ 5 mil líquido, enquanto um delegado na sede ganha até R$ 27 mil”, disse Werneck.
No ano passado, a PF entrou em greve ao mesmo tempo em que mais de 20 categorias dos serviço público federal decidiram paralisar. O governo ofereceu aumento salarial de 15,8%, mas os servidores da PF não aceitaram a proposta.
De acordo com o presidente do sindicato, a previsão é que no próximo dia 26 o Ministério do Planejamento encaminhe uma proposta de reestruturação de carreira aos servidores da PF.
De acordo com o Ministério do Planejamento, não há previsão de que seja apresentada nova proposta aos policiais federais e nem de reunião com os trabalhores. A pasta informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que está mantida a proposta de reajuste salarial de 15,8% e o diálogo com a categoria.
Segundo a Federação Nacional de Policiais Federais (Fenapef), que representa papiloscopistas, agentes e escrivães em todo o país, funcionários de outros três estados aderiram à greve nesta segunda-feira: Piauí, Ceará e Goiás. Também nestes estados não há registro de que os serviços estejam sendo afetados, informou a federação. Ainda segundo a entidade, policiais de Minas Gerais e São Paulo devem fazer greve na terça-feira.
A Fenapef informou que novas paralisações devem ocorrer nos próximos dias em outros estados. A expectativa é que ocorram assembleias deliberativas dos sindicatos de diferentes unidades da federação em 27 de agosto para a categoria decidir se aceita ou não a proposta que vier do governo.
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