Fonte: Correio Braziliense
Secretários do GDF começam a falar sobre possíveis candidaturas, alguns abertamente, outros não. Mas é preciso deixar o cargo seis meses antes da votação, marcada para outubro do ano que vem. MPE promete monitoramento dos políticos
O primeiro escalão do governo deve ter uma renovação de mais de 35% de seus integrantes no início do ano que vem. A mudança não tem relação com nenhuma reforma do secretariado, mas com a disputa eleitoral. Pelo menos 13 secretários do GDF pretendem disputar mandato eletivos em 2014 e, portanto, terão que se desincompatibilizar até abril. A legislação eleitoral determina que os ocupantes desses cargos deixem o governo pelo menos seis meses antes da data das eleições. Essa lista deve crescer, já que o prazo para filiações partidárias termina no próximo 5 de outubro e há integrantes dos altos cargos que ainda negociam mudanças de legenda de olho no pleito do ano que vem. O Ministério Público Eleitoral promete monitorar a atividade dos integrantes do governo que serão candidatos com o objetivo de coibir o uso da máquina pública para inflar candidaturas.
Alguns dos principais nomes do secretariado do Distrito Federal vão concorrer a mandatos no ano que vem. O secretário de Saúde, Rafael Barbosa, faz sua estreia na política disputando uma cadeira de deputado federal. Ele se filiou ao Partido dos Trabalhadores no fim do ano passado e já falou sobre o assunto — diferentemente da maioria dos secretários candidatos, que prefere não levar ao público suas intenções por enquanto. Outro representante importante do primeiro escalão que concorrerá em 2014 é o petista Geraldo Magela, chefe da pasta de Habitação e Desenvolvimento Urbano. Ele ainda não sabe se tentará a reeleição para a Câmara dos Deputados ou se será o candidato de Agnelo Queiroz para o Senado. Os detalhes sobre cargos devem ser definidos no início de 2014.
A secretária da Criança, Rejane Pitanga, está licenciada da Câmara Legislativa e sonha com a reeleição. Ela diz que o excesso de candidatos fortes no PT não a intimida. “Serei candidata a distrital e sei que o partido tem nomes com muita densidade eleitoral. Isso não me assusta: quem não quer concorrência não deve nem sequer sair candidato”, comenta.
Outro petista praticamente certo entre os candidatos a distrital é Daniel Seidel, secretário de Desenvolvimento Social. Ele já tentou um mandato na Câmara Legislativa três vezes e quer disputar o posto pela quarta vez. “Mas dependo de uma decisão da minha corrente dentro do PT, a Democracia Socialista. Só depois disso é que poderei afirmar que sou candidato. Por enquanto, apenas coloquei meu nome à disposição”, afirma. Seidel é da mesma corrente da deputada Arlete Sampaio, que já afirmou não ter interesse em tentar um novo mandato.
O secretário de Desenvolvimento Social deve herdar parte dos votos de Arlete, especialmente os de militantes de movimentos sociais e dos direitos humanos. Entre os petistas, são citados ainda o secretário de Educação, Denílson Bento da Costa, e o de Administração, Wilmar Lacerda. No PCdoB, é dada como certa a candidatura da secretária da Mulher, Olgamir Amância Ferreira. Ela tem intensificado compromissos em Planaltina, onde concentra a maior parte de seus potenciais eleitores.
O secretário de Trabalho, Bispo Renato Andrade, não faz rodeios. “Estou decidido a disputar uma vaga de distrital”, afirma. Filiado ao PR, ele lembra que já disputou duas eleições e viu seu número de votos dobrar. “Na primeira, fiz cerca de 6 mil e, nas eleições passadas, tive mais de 12 mil votos. Espero aumentar no ano que vem”, diz Renato, que deve deixar o governo até o fim de março.
No PRB, que também integra a base aliada do governador Agnelo Queiroz, o nome para a Câmara Legislativa será o do secretário de Esporte, Júlio César Ribeiro. Ricardo Quirino, secretário do Idoso, ficou como suplente de deputado federal, mas já foi comunicado pelo partido de que não disputará no ano que vem. Newton Lins, secretário de Assuntos Estratégicos, abriu mão de sua candidatura ao Buriti na reta final das eleições de 2014 para apoiar Agnelo Queiroz e é visto como principal nome do PSL para a Câmara Legislativa. Já Alírio Neto, do PEN, deve disputar uma vaga na Câmara dos Deputados.
De olho
O procurador regional eleitoral do DF, Elton Ghersel, explica que os secretários precisam deixar o cargo seis meses antes das eleições para disputar cargos. Ele afirma ainda que serão apuradas denúncias de uso da máquina pública, caso haja indicativos de que integrantes do governo se aproveitaram dos cargos para inflar as candidaturas. “Temos ouvidoria no Ministério Público e no Tribunal Regional Eleitoral e, havendo denúncias, serão apuradas.”
TRE
A Ouvidoria do Tribunal Regional Eleitoral recebe denúncias pela Central de Atendimento ao Eleitor, pelo número 3048-4000. Os cidadãos podem ir pessoalmente ao TRE, que fica na Praça Municipal, lote 2, quadra 6, 1º andar, sala 102, ao lado da Câmara Legislativa do DF. Reclamações e denúncias também podem ser feitas pelo site http://www.tre-df.jus.br.
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