Fonte: O Dia
Câmeras de segurança de lotérica no Centro flagram três policiais saindo de fininho quando percebem a ação de criminoso armado
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A presença de três delegados da Polícia Federal numa lotérica do Centro não impediu que o estabelecimento fosse assaltado por um único ladrão, em 21 de junho, quando foram levados R$ 3,6 mil. Com a divulgação pela Polícia Civil das imagens do crime, captadas por sistema de câmeras da loja, os delegados Praxíteles Praxedes, Rafael Potsch Andreata e Rodolfo Faleiros Diniz foram flagrados saindo de mansinho da fila de clientes, como revelou nesta quarta-feira com exclusividade o ‘Informe do DIA ’.
“É uma vergonha. O policial tem o dever e a obrigação de agir. Se eles fossem agentes, teriam feito algo. Espero que a sociedade entenda que esse não é o modelo”, protestou Luis Antônio Boudens, vice-presidente da Federação Nacional de Policiais Federais (Fenapef).
Inquérito do mensalão
Experiência não faltam aos delegados Praxíteles, que atuou no inquérito do Mensalão e está lotado na Delegacia de Controle de Armas e Produtos Químicos, Andreata, que trabalha na Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros, e Faleiros, que pertence à Corregedoria. O órgão investigará a suposta omissão dos delegados no assalto. Em 24 de julho, o mesmo assaltante roubou a lotérica pela quinta vez.
Em nota oficial, a Polícia Federal informou que os delegados evitaram o confronto na casa lotérica por questões de segurança. Mas esperaram o criminoso do lado de fora. O trio teria seguido o bandido, que acabou escapando pelas ruas do Centro. ‘Necessário (…) que a experiência policial demonstra que, em casos semelhantes, os meliantes nunca agem sozinhos (…) e que uma reação, dentro da lotérica, poderia ocasionar fatos desastrosos com a muito provável perda da vida de pessoas inocentes”, afirmou a nota
A procuradora da República Cintia Damasceno, do Grupo de Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público Federal (MPF), informou nesta quarta-feira que vai apurar se os delegados praticaram o crime de prevaricação, que prevê a omissão do funcionário público quando ele deveria ter agido. A pena é de três meses a um ano de detenção.
Presença do trio surpreende funcionários
Se a ação do bandido, que ainda rendeu um idoso, durou dois minutos, a dos delegados saindo da casa lotérica não passou de segundos. A presença deles na hora do roubo pegou nesta quarta até os funcionários de surpresa. “Nem sabíamos que tinham policiais aqui”, surpreendeu-se uma funcionária. A loja fica a poucos metros da Superintendência da Polícia Federal, e o trio estava na hora do almoço.
O criminoso entrou na loja trajando camiseta, bermuda e boné, e, parecendo desorientado, portava uma arma. Ele furou a fila dos clientes, rendeu um idoso e entrou na área dos caixas. O primeiro a perceber a ação é Rodolfo Faleiros. Ele avisa a Praxíteles Praxedes. Eles deixam o local seguidos por Rafael Andreata.
A Polícia Federal informou que os delegados estão à disposição da 4ª DP (Praça da República) da Polícia Civil, para ajudar nas investigações e prisão do bandido.
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