Fonte: Mídia News
As operações desencadeadas nesta semana pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial do Combate ao Crime Organizado (Gaeco), podem ter reflexos nas eleições de 2014.
Os nomes do juiz federal Julier Sebastião da Silva e do presidente afastado da Câmara Municipal de Cuiabá, João Emanuel (PSD), surgiram em meio ao “olho do furacão”, obviamente que em situações e com desdobramentos diferentes.
O nome do senador Pedro Taques (PDT) também apareceu no cenário da crise, por uma conversa interceptada pela Polícia Federal com um dos ex-sócios da Encomind, Rodolfo de Campos, que teria supostamente obtido uma decisão judicia favorável de Julier.
Taques é pré-candidato pela oposição; já Julier se movimenta para tentar se viabilizar candidato ao governo ou ao Senado com apoio do grupo que dá sustentação a Silval Barbosa: PMDB, PT, PR e PSD.
Vertentes jurídica e política
Para o analista político Alfredo da Mota Menezes, há pelo menos duas vertentes que devem ser consideradas neste cenário, que mescla operações policiais e eleições.
A primeira é a jurídica e, a segunda, política. As duas, segundo ele, não necessariamente devem se “encontrar”.
“Não podemos ser levianos e apontar culpados ou inocentes em nenhuma. Tanto é que as duas ações ainda estão correndo e cada um deles terá como se defender. Agora, precisamos ser claros: politicamente as imagens de Julier e João Emanuel foram arranhadas. Para mim, a do senador Taques nem tanto”, disse.
Ao MidiaNews, o professor João Edisom completou o pensamento, afirmando que, como homens públicos, os três e devem ser investigados.
“Do ponto de vista jurídico, no entanto, ainda podem ocorrer muitos outros fatores e pontos, recursos etc. O escândalo do Mensalão está aí como exemplo, foram mais de 10 anos. Porém, politicamente falando, o tabuleiro desse jogo passou por mudanças”, pontuou.
Para Edisom, além de “mancharem” suas próprias imagens, operações envolvendo políticos como tem ocorrido como a Ararath e a Aprendiz também depõem contra as instituições.
“Somos formados pelos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo. Por mais que, diretamente, nestes casos, não estamos vendo uma atuação do Executivo, há reflexos e sem dúvida eles chegam até o próximo pleito”, avaliou.
De acordo com os dois analistas, a justificativa utilizada desde sempre pela classe política de que o “brasileiro esquece rápido” também deve ser esquecida.
“Acredito que, pelo menos, pelos próximos quatro ou cinco anos os dois casos vão ser lembrados e novos argumentos, tanto de defesa como de acusação na esfera jurídica, continuarão ocorrendo. Apenas a conclusão que vai dizer quem tem culpa ou quem não tem. Ainda assim, os eleitores já têm ciência do que querem e de quem não querem para governar e representá-los”, afirmou João Edisom.
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