Fonte: Correio Braziliense
Governistas e opositores criticam possíveis excessos cometidos pela Polícia Militar de São Paulo durante manifestação do movimento “Não vai ter Copa”, no sábado, que culminou com um estudante de 22 anos gravemente ferido por tiros disparados por um PM. No entanto, os petistas não poupam ataques à área de segurança pública do governo comandado por Geraldo Alckmin (PSDB). Embora admitam que possa ter havido arbitrariedade na abordagem, aliados do tucano defendem a atuação da polícia nas manifestações.
Na avaliação do líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), a polícia apenas cumpre sua função constitucional ao atuar na repressão de atos violentos que porventura aconteçam durante protestos. “Esses movimentos são imprevisíveis e incontroláveis. Posso admitir que possa ter havido excessos, que devem ser corrigidos, embora não conheça os detalhes. Mas, na essência, a polícia deve manter a ordem”, disse Agripino. Segundo ele, o movimento que mobilizou manifestantes por sete capitais brasileiras é o “recrudescimento de uma insatisfação que ficou evidente diante de críticas de junho que não foram atendidas”.
O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PPS-SP), admite que houve excessos da polícia, em São Paulo. “A polícia não pode ir para manifestações com arma de fogo. Há outras formas de reprimir. Ir armado é sempre um risco”, criticou. O parlamentar, porém, avalia que as críticas de integrantes do PT à segurança pública do maior estado do país são desproporcionais. “O problema do PT é que eles fazem qualquer coisa contra São Paulo”, acusou.
O líder do PT no Senado, Wellington Dias (PT-PI), politizou a discussão e debitou os problemas na conta de Geraldo Alckmin. “O governador é o comandante maior das polícias. Em alguns casos, a atuação policial acirra as manifestações, incentiva e cria um ambiente de agressividade”, disse. Ele reconheceu, no entanto, que há manifestantes que promovem a violência, mas não aliviou nas alfinetadas ao dirigente tucano. “Claro que há pessoas que vão com outras intenções, mas isso deveria remeter a uma polícia ainda mais preparada. Quem governa há tanto tempo não pode dizer que foi pego de surpresa”, declarou.
Em seu blog, alimentado pela assessoria de imprensa, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que cumpre pena por corrupção no Complexo da Papupa, após ser condenado no processo do mensalão, criticou a polícia de São Paulo. “Um protesto contra a Copa do Mundo no Brasil em junho e julho próximos, realizado no sábado em São Paulo, começou pacífico. Começou. Até que a Polícia Militar apareceu para reprimir e a manifestação degenerou em violência, vandalismo, tiros, depredações e um jovem ferido”, comentou.
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