Fonte: Tribuna Hoje
Sobrecarga de trabalho acaba atrapalhando apuração de crimes ocorridos no Estado
Após ser instaurado um inquérito policial, quanto tempo é necessário para se ter algum resultado, por mínimo que seja? Na Polícia Federal, um inquérito poderá levar meses para caminhar, como é o caso do inquérito instaurado no final de maio do ano passado, para apurar a suposta fraude envolvendo o programa Bolsa Família, no município de Atalaia, durante as eleições de 2012. A falta de estrutura da própria PF pode explicar os atrasos.
Pode parecer improvável, mas é a mais pura verdade! Em Alagoas, cerca de 2 mil inquéritos estão praticamente parados na Polícia Federal por falta de delegados para dar andamento aos casos.
Segundo o delegado federal, Antônio Miguel, que responde pela assessoria de comunicação da instituição, apenas oito ou dez delegados federais presidem inquéritos no Estado, o que daria uma média de 200 inquéritos para cada um.“A carga de trabalho é grande e não podemos priorizar um inquérito em detrimento a outro, temos que fazer todos ao mesmo tempo”, revelou o delegado, lembrando que se algum colega priorizar algum inquérito poderá responder junto à Corregedoria.
Mas como dar conta de tantos casos ao mesmo tempo? É como se fosse uma fila: o delegado vai avançando com as etapas do inquérito seguindo uma ordem e quando ele chegar (se chegar) ao fim dos 200 inquéritos que preside, vários meses já terão se passado, o que prejudica a investigação.
Antônio Miguel esclareceu que o delegado só pode priorizar um inquérito se houver uma designação da Superintendência, a exemplo do delegado Janderlyer Gomes, no caso dos Taturanas, de 2007. “Quando isso acontece, os outros inquéritos que estavam sobre a responsabilidade do delegado são redistribuídos aos demais”, ressaltou o assessor de comunicação da PF. Isso aumenta ainda mais a carga de trabalho.
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