Fonte: G1
O governo federal decidiu prorrogar por mais 180 dias a atuação da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) na tríplice fronteira entre o Brasil, Paraguai e Argentina. Com a missão inicial de proteger a base e auxiliar nas ações envolvendo o veículo aéreo não tripulado (vant) da Polícia Federal (PF) – aeronave espiã responsável pelo monitoramento e identificação de pontos de atuação do crime organizado na região – também participa de operações de outros órgãos de segurança no combate ao narcotráfico, ao contrabando e ao tráfico de armas e munições. O convênio do Ministério da Justiça com o Paraná vem sendo renovado por meio de portarias publicadas no Diário Oficial da União desde 2010.
A tropa de elite de policiais militares de vários estados age, em regra, apenas em situações especiais ou quando solicitada expressamente pelo estado, o que não chegou a ser feito. Comprovada, no entanto, a necessidade do reforço, o Ministério da Justiça abriu exceção autorizando a atuação conjunta e temporária da FNSP nas ações coordenadas pela PF na região. “De acordo com a conveniência do serviço, eles acabam nos prestados auxilio aqui em Foz do Iguaçu, em outras unidades de fronteira como Guaíra e até mesmo próximo a Cascavel”, comentou o delegado Ricardo Cubas César ao destacar a importância no reforço do efetivo. A experiência foi estendida a outros estados como o Mato Grosso do Sul.
Enviados à região os primeiros 29 policiais da Força Nacional chegaram a Foz do Iguaçu ainda no fim de dezembro de 2009, com o intuito de conhecer a área de atuação do vant, que fica em São Miguel do Iguaçu, a cerca de 45 km da fronteira. No início de janeiro de 2010 foram integrados à Operação Sentinela e, desde então, passaram a circular pelos municípios lindeiros ao Lago de Itaipu, onde é forte a presença das quadrilhas. Atualmente, auxilia na fiscalização de pedestres e veículos que cruzam diariamente a Ponte Internacional da Amizade, entre Foz e Ciudad del Este, no Paraguai.
Cobertor curto – o SINDIPOL/DF esclarece que medidas paliativas como a apresentada em nada contribuem para a efetividade da segurança pública do país. Para além da falta de sustentação legal à legitimar a referida força, temos a retirada de contingentes de policiais dos seus estados de origem, desfalcando a sua já combalida segurança e o receio do uso político de uma força policial que pode vir a se tornar uma polícia voltada aos interesses somente dos governantes e não da sociedade. A polícia de soberania brasileira (de fronteira, aeroportuária, marítima e imigração) está falida e sucateada. Não se resolve o grave problema de segurança pública com remendos, alternativas provisórias ou “jeitinhos”.
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