Fonte: Jornal de Brasília
O trabalho da Câmara Legislativa em 2014 começou com a segurança pública em pauta. Diante da recente onda de violência, os deputados distritais pretendem convocar para amanhã uma comissão-geral sobre o assunto com a participação de autoridades da segurança do GDF.
A primeira sessão do ano teve o início com a apresentação de uma carta, lida pelo secretário de Governo, Gustavo Ponce de Leon, mostrando os resultados alcançados no último ano. Vários outros secretários foram ao plenário.
A ideia da comissão-geral partiu da deputada Celina Leão (PDT), que chegou a conseguir assinaturas para um requerimento, mas decidiu fazer uma solicitação em conjunto com outros parlamentares para que a ideia ganhasse força. “A Câmara tem sido cobrada. Até eu, que uso as redes sociais, tenho sido cobrada. Nós precisamos de uma reação imediata, ouvir o que o governo tem de planejamento para resolver o problema e saber de quem é a culpa pelo que está acontecendo hoje”, afirmou.
O requerimento deve ser aprovado hoje pelos deputados para que a comissão-geral sobre segurança aconteça.
Preocupação de todos
O debate durante a sessão girou não apenas sobre a crise do DF, mas, sim, sobre o contexto nacional da violência. Os dois lados da moeda foram mostrados, como quando os deputados Israel Batista (PV) e Luzia de Paula (PEN) defenderam que a violência seria reduzida com a melhoria na educação, enquanto o deputado Wellington Luiz (PMDB) dizia que a redução da maioridade penal era urgente.
O deputado Joe Valle (PDT) acredita que a Câmara precisa assumir um papel de protagonismo, mas acredita que a solução passa também pela educação. “O parlamento pode servir de interlocutor, precisa trazer essa questão aqui para dentro e resolver esse problema pontual. Logo em seguida, passamos a discutir uma política duradoura para uma nova educação aqui no Distrito Federal. Senão, vamos ficar tendo que discutir essa questão aqui”, opinou.
Ponto de Vista
O deputado Doutor Michel (PP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, aproveitou a abertura para defender medidas como a redução da maioridade penal. Ele falou até em “guerra” e na “necessidade de uma limpeza” nas ruas. “Não estamos em um momento de tapar o sol com a peneira. É um momento de mostrar que a crise está aí e meu posicionamento é esse, de limpar, de prender, de tirar das ruas aqueles que são malfeitores, independentemente de qual seja a situação, se ele teve ou não oportunidade, assistência social”, defendeu. Questionado se temeria represálias, por ser presidente da comissão, a resposta foi negativa.
Rodízio no comando
Enquanto havia secretários de estado, o plenário se manteve cheio. Os discursos giravam em torno dos desafios do trabalho em ano eleitoral. Mas quanto o assunto passou pelos debates sobre segurança pública o quórum diminuiu. Contou com a presença de no máximo nove deputados. Por conta da ausência do presidente da Câmara, Wasny de Roure (PT), em viagem aos Estados Unidos, o comando da sessão passou pelas mãos de vários deputados, após a abertura conduzida pelo vice, Agaciel Maia (PTC).
Movimento sem metas
O deputado Patrício (PT) esteve em reunião com o governador Agnelo Queiroz. Afirmou que tentou explicar a ele que a situação poderia ser resolvida caso fosse encaminhada ao Congresso uma proposta da reestruturação das carreiras da segurança pública.
O corregedor da Câmara falou por quase 20 minutos na tribuna e não foram poucas as críticas ao movimento grevista. Segundo ele, mesmo quando fez parte das entidades que representam policiais e bombeiros, nunca houve movimento em ano eleitoral. Além disso, que o movimento precisa dizer quais são as metas. “Os sindicalistas devem apresentar propostas e o governo apresenta uma contraproposta. Como eu chego a uma negociação sem propostas?”, criticou.
O secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, também foi um dos alvos de Patrício. Para o parlamentar, Avelar não conseguiu resolver os problemas. “Eu costumo chamar o secretário de rainha da Inglaterra. Para se dizer especialista em segurança, é necessário ter ido para a rua. Quantas foram as unidades da Polícia Federal que ele trabalhou? De quantas operações ele participou? Ele precisa comandar Polícia Militar, Polícia Civil, Bombeiros e Detran”, disparou. Tanto Avelar quanto Patrício são candidatos a deputado federal.
Comments are closed.