Fonte: O POVO
O espectro da intensificação dos protestos durante a Copa do Mundo tem levado os governos federal e estaduais a tomar medidas específicas para garantir a segurança pública durante o torneio inédito no país.
Como parte dos preparativos para o evento, a Secretaria de Segurança Pública do Ceará deverá receber nos próximos dias reforço de armamento menos letal e tecnologias para acompanhamento de multidões. O material será enviado pela Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge), vinculada ao Ministério da Justiça.
“A Sesge nos mandará uma delegacia móvel e materiais de segurança como gás pimenta, lacrimogênio e balas de borracha. Esse material está vindo como reforço. Já estamos preparados para o evento Copa”, disse o delegado Fernando Menezes Silva Júnior, chefe da Coordenadoria Integrada de Planejamento Operacional da Secretaria de Segurança Pública do Ceará.
Fernando Menezes e representantes das forças de segurança de todos os estados que sediarão partidas da Copa do Mundo participaram de reunião com a Sesge na última quarta, em Brasília, com o fim de trocar informações entre a União e os estados e adequar novas técnicas operacionais para o torneio. Uma nova reunião está prevista para o próximo mês.
Força Nacional
Fernando Menezes afirma que as forças de segurança do Ceará estão prontas para lidar com eventuais manifestações de e eventos críticos, como acidentes envolvendo grande número de pessoas. Por ora, o Ceará não cogita pedir auxílio à Força Nacional, que contará com 10.657 mil agentes à disposição dos estados.
“Estamos preparados, com a nossa tropa e com os nossos órgãos vinculados e amigos. Caso o governo federal entenda, por cautela, enviar homens da Força Nacional, serão bem vindos. Até o momento não solicitamos”, disse.
O delegado ressalta que o sistema de segurança pública do Ceará “não tem intenção de coibir movimentações sociais legítimas, e sim ilegítimas, que venham a prejudicar o bom andamento da Copa, como também destruição do patrimônio público e privado”.
Na quinta, a Secretaria de Segurança Pública do Estado promoveu a primeira reunião das 15 oficinas temáticas envolvidas no esquema operacional da segurança para a Copa. As equipes unem especialistas e agentes de órgãos municipais, estaduais e federais em tópicos como mobilidade urbana, transporte de massa, negociação de crises, segurança de dignitários e segurança cibernética, entre outros temas.
O governo vai mandar ao Congresso Nacional nos próximos dias projeto para regulamentar manifestações populares. Segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, objetivo é chegar a “uma lei equilibrada, sem excessos, afirmada no contexto da democracia brasileira, que não aceita atos ilícitos, que não tolera a violência, mas que garanta a liberdade das pessoas de se manifestar independentemente do conteúdo de suas manifestações”.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ao que parece, não vai botar militantes na rua durante a Copa do Mundo. Seria equivocado, segundo o líder do MST, João Pedro Stedile. “Não somos contra o Mundial. Todo o povo brasileiro quer assistir a Copa. Mesmo que os ingressos sejam muito caros e a Fifa fique com todo o lucro, as pessoas irão querer assistir em suas casas, pela televisão”, afirma o militante.
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