Fonte: Exame
A presidente disse que não vai tolerar nenhuma falha e eventuais excessos contra as delegações
Dilma: “todos vão estar protegidos, desde as delegações aos chefes de Estado, torcedores. Fora dos estádios, eu garanto. Dentro dos estádios, a responsabilidade é da Fifa”, disse
Brasília – O jantar da presidente Dilma Rousseff com editores de esportes dos principais jornais e redes de tevê do país estava previsto para 19h30 da segunda-feira, no Palácio Alvorada, em Brasília.
Com meia hora de atraso, Dilma chegou sorridente e com muita disposição para falar da Copa do Mundo no encontro com a imprensa que estava previsto para se encerrar às 21h30.
Sem tomar fôlego, a presidente conversou com os repórteres até por volta da 1h da madrugada de terça-feira.
E foi enérgica ao falar de segurança no Mundial: “Ninguém vai encostar a mão nas delegações das seleções como fizeram com o ônibus da Itália na Copa das Confederações. A segurança vai ser total”.
A preocupação de Dilma é com a imagem externa do Brasil com a possível falta de segurança para as seleções, chefes de Estado e torcedores em geral durante o Mundial.
A presidente disse que não vai tolerar nenhuma falha e eventuais excessos contra as delegações.
“Eu não temo as manifestações, mas posso garantir a vocês que ninguém vai chegar perto das seleções, vai encostar a mão nos desembarques e a caminho dos estádios como fizeram na Copa das Confederações cercando o ônibus da Itália. Isso é inadmissível. Vamos usar as bases aéreas para as delegações subir e descer nos aviões. Todos vão estar protegidos, desde as delegações aos chefes de Estado, torcedores. Fora dos estádios, eu garanto. Dentro dos estádios, a responsabilidade é da Fifa.”
A reunião com a imprensa foi uma iniciativa da presidente para defender a Copa no Brasil e marcar a posição do governo contra o racismo.
Antes de entrar em temas árduos envolvendo a Copa, Dilma perguntou aos jornalistas se estavam colecionando as figurinhas do Mundial.
Diante de uma resposta quase unânime, ela disse que também tinha o seu álbum.
“Aliás, o álbum não é meu, é do meu neto Gabriel. Ele tem três anos e não sabe colar as figurinhas, então eu colo. É bom, serve como um transe para aliviar a tensão do dia a dia da presidência”, disse, sem deixar de fazer uma reclamação: “O pacotinho deveria ter mais figurinhas. Cinco é pouco.”
Do álbum, Dilma passou falar da organização da Copa. Questionada sobre o número de estádios e o atraso nas obras, ela disse que em 2007 o governo queria apenas seis estádios e não 12 como ficou acertado depois.
“Em princípio nós, do governo, queríamos apenas seis. Eu sei disso porque participei das negociações. Mas os governadores foram pedindo para entrar na Copa e aí chegamos nas 12 sedes. Hoje, é até bom termos as 12 sedes pelo investimento que foi feito. Sem ser sede, as cidades não receberiam o investimento que estão recebendo.”
As obras, avalia a presidente, não são para o Mundial em si, mas para as cidades. “Nenhum país do mundo investiria o que estamos investindo só para a Copa. Veja o caso do VLT (veículos leve sobre trilhos) em Cuiabá. Nós e o governo do Mato Grosso e parceiros estamos construindo para a cidade, mas se não tivesse a Copa, talvez não teria esse investimento.”
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