Fonte: FolhaPress
Às vésperas da abertura da Copa, o governo federal firmou contratos que totalizam R$ 4 milhões para prestação de serviços e compra de equipamentos para o Mundial.
O Ministério da Justiça autorizou a aquisição de material para os órgãos de inteligência, fretamento de transporte rodoviário e a compra até de uniformes para a Polícia Federal.
Tudo isso nos 30 dias que antecederam a abertura do Mundial. Três contratos para fornecimento de acessórios e equipamentos de segurança aos 12 estados-sede foram assinados no dia 30 de maio.
A compra, formalizada a duas semanas do primeiro jogo da Copa, totalizou R$ 228,7 mil. Na Bahia, a menos de 30 dias da abertura, a PF oficializou a compra de camisas polo azuis por R$ 984, sapatos femininos por R$ 650 e cintos masculinos por R$ 1.963,84.
No Distrito Federal, por sua vez, foram R$ 193.510 por roupas sociais e uniformes operacionais. O Itamaraty e o Ministério do Esporte também autorizaram gastos de última hora. No dia 5, liberaram R$ 452 mil para a promoção da Copa em Londres, capital inglesa.
O contrato mais dispendioso, contudo, foi o assinado em 3 de junho pela Presidência da República com a EBC (Empresa Brasil de Comunicações), no valor de R$ 2,3 milhões. A empresa do próprio governo foi contratada para captar, gravar e distribuir áudio e vídeo em alta definição da Copa.
Além dos serviços técnicos como edição e finalização de imagens, a EBC foi contratada para acompanhar a montagem e estruturação do Centro Aberto de Mídia, espaço com infraestrutura completa para jornalistas sem credenciamento da Fifa.
Legislação
A Presidência esclareceu que a contratação respeitou a legislação. Disse ainda que foi feita cotação no mercado antes de optar pela EBC. Informou também que o processo começou no fim de dezembro passado, mas só foi concluído neste mês.
“Esse é um tempo razoável em se tratando do setor público”, assinalou a Presidência, por meio da assessoria, descrevendo todas as etapas do processo de seleção. “Além de apresentar os melhores custos de mercado, a EBC oferece os mecanismos para o fomento do debate público, para o desenvolvimento da democracia e a formação dos cidadãos”, completou, lembrando que a EBC já havia prestado serviço similar durante a Copa das Confederações no ano passado.
A Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos, ligada ao Ministério da Justiça, admite que houve uma demora na aquisição de alguns equipamentos e acessórios. Mas garante que a maioria foi executada em tempo hábil.
“Os poucos atrasos foram para cumprir o que prevê legislações específicas, como a que controla as licitações”, esclareceu, por meio da assessoria. O atraso e a demora não se limitam a contratos de última hora. Também o legado da Copa, que não foi exatamente aquele prometido quatro anos atrás. Dos 167 compromissos, 53% foram concluídos conforme levantamento da Folha de S. Paulo.
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