Fonte: Agência Sindipol/DF
O estresse, a depressão e o alcoolismo são alguns dos sintomas detectados no efetivo dos policiais federais, expostos a condições de trabalho precárias e à desvalorização no serviço, que são preliminares ao suicídio. Na PF, morrem mais policiais por esse mal do que pelas operações. A falta de qualidade na oferta de trabalho da Polícia Federal deixa marcas na qualidade de vida dos próprios trabalhadores e de suas famílias. Nessa madrugada, a corporação perdeu mais um dos seus. Já somam 19 suicídios em quatro anos da atual gestão do DPF.
De 2003 a 2013, 22 agentes da Polícia Federal tiraram a própria vida. Somente de março de 2012 a março de 2013, 11 sucumbiram à pressão, quase um suicídio por mês. Em 40 anos, 36 policiais foram mortos em alguma operação.
De acordo com uma pesquisa da UnB, de 2012, síndrome do pânico e depressão eram as doenças que mais atingiam um em cada cinco dos 9 mil agentes, naquela época. Para o mesmo estudo, 73 policiais responderam sobre os motivos para as licenças médicas e o resultado sobressalente foi o transtorno mental, 35% afirmaram estar com depressão ou ansiedade.
Uma das situações constatadas e mais frequentes é o assédio moral. Até 50% dos agentes federais já foram assediados por superiores. Nas regiões de fronteiras, por exemplo, no Mato Grosso do Sul, conforme o sindicato do estado, faltam viaturas e armamento, e, ainda, o contingenciamento de verbas orçamentárias impede o pagamento de contas menores, como água e luz.
“Além desses problemas, a discussão sobre autonomia disfarçada que querem conceder à PF, mas que, na verdade, só oferece privilégios a uma parte específica, lança uma crise na organização da Polícia Federal. A luta corporativa já tem apresentado consequências negativas e pode tornar a segurança pública do País ainda pior, com uma polícia sem especialização e com poder concentrado nas mãos de poucos”, destaca Flávio Werneck.
Números alarmantes
Das doenças e males resultantes da profissão, nos casos de 2012 a 2013, foi constatado que 74,87% dos policiais relacionaram a dependência de álcool à PF, 38,46% disseram ter sofrido quadro de depressão, 20,77% cogitaram suicídio e 19,74% sofreram síndrome do pânico. Para piorar a situação, o núcleo de atendimento psicológico conta com um psiquiatra e cinco psicólogos.
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