Fonte: Folha de São Paulo
Por Rogério Pagnan
Os ânimos estavam exaltados. Os dois lados não economizavam caras feias, vais e insultos. Apenas uma faixa vermelha os separava.
A dúvida era quem deveria ser chamado caso decidissem partir para a briga, já que a corda instalada no plenário Franco Montoro, na Assembleia Legislativa paulista, separava de um lado os policiais civis e, do outro, os militares. Todos armados.
O motivo da animosidade atende pelo nome de PEC 431, uma proposta de emenda constitucional que tramita no Congresso e que pretende dar à PM poderes semelhantes aos das polícias Civil e Federal, como investigar e levar casos diretamente à Justiça.
Embora seja assunto de competência federal, esse tema está sendo levado por uma comissão da Câmara aos Estados como forma de promover ampla discussão nacional.
São Paulo é a sexta unidade da Federação a receber tal debate e, também onde está instalada a maior associação de delegados de Polícia Civil do país – que tem pesadelos só em pensar em ceder espaço aos oficiais da PM.
Uma clara demonstração disso estava estacionada do lado de fora da Assembleia pouco depois das 5h desta sexta-feira (9). Um ônibus com mais de 30 delegados da região de Marília (a 435 km de SP) trazia os primeiros participantes civis do evento previsto para começar às 9h.
Queriam os melhores lugares e não tolerariam que a PM tomasse todos os espaços. Não sabiam que a fita seria colocada para que cada grupo tivesse 120 vagas no plenário.
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