O índice de suicídio por cada 100 mil habitantes no Brasil é de 5,8. Porém, de forma aterradora, este índice é seis vezes maior quando se trata de policiais federais: 36,7 tiram suas próprias vidas a cada 100 mil profissionais. Entre os anos de 1999 até 2016, 42 policiais cometeram suicídio. Se a PF fosse um País, seria o 7ª no ranking de suicídios.
Do total de vítimas, 19 tinham menos de 40 anos e 26 possuíam mais de 10 anos de carreira. A rotina dos profissionais de Segurança Pública, especialmente os policiais federais, é permeada por stress, sofrimento psíquico, distanciamento da família, assédio moral, perseguição e ansiedade. Quando não chegam a tirar a própria vida, os profissionais vivenciam outros problemas graves como alcoolismo, síndrome do pânico e depressão.
O trabalho, diferindo-se do senso comum, não é valorizado como deveria. Uma vez que o plano de carreira inicial logo se transforma em desespero quando o profissional assume o cargo e se vê exposto a condições de trabalho muitas vezes precárias.
A Universidade de Brasília (UnB) realizou uma pesquisa, em 2013, que aponta que a cada cinco policiais federais, um possui depressão ou síndrome do pânico. 73 policiais foram questionados sobre os motivos das licenças médicas e 35% deles responderam que os afastamentos foram decorrentes de transtornos mentais como ansiedade. O único ano livre de acontecimentos drásticos foi o de 2004.
Setembro Amarelo, mês da prevenção
Desde 2015, Setembro é o Mês de Prevenção ao Suicídio. Em todo o mundo, a cada 40 minutos uma pessoa tira a própria vida. A consequência fatal vem antes carregada de muitos avisos, às vezes imperceptíveis e silenciosos. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos suicídios poderiam ter sido evitados.
O Centro de Valorização da Vida (CVV), entidade que iniciou a campanha do Setembro Amarelo em 2015, realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo. O atendimento é realizado por telefone, e-mail, chat e Skype, 24 horas todos os dias. O telefone para contato é o 141.
SINDIPOL /DF também atua pela prevenção ao suicídio
Filiados do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (SINDIPOL/DF) têm acesso à assistência psicológica completa. Basta entrar em contato com o Sindicato e agendar a primeira consulta.
Reforçamos a necessidade de todos os profissionais também se atentarem aos colega de profissão, sem medir esforços para oferecer auxílios. Depressão, síndrome do pânico e alcoolismo matam mais do que as Operações da corporação. Estar atento ao próximo e preparado para ajudar pode salvar uma vida.
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