O Dr. Antônio Geraldo da Silva, médico psiquiatra, diretor da Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP e presidente da Associação Psiquiátrica da América Latina – APAL, em seu texto Saúde mental no trabalho, uma contribuição para campanha de conscientização promovida pela FENAPEF, SINDIPOL/DF e APCF em parceria com a Polícia Federal, chama atenção para a necessidade de debate, diagnóstico e busca por ajuda profissional para vencer problemas emocionais e psicológicos.
Leia o texto na íntegra:
Saúde mental no trabalho
Segundo dados do Atlas da Saúde Mental da OMS, que foi publicado em 2014, no mundo existem aproximadamente 720 milhões de pessoas que sofrem com doença mental. Isso equivale a quase 10% da população mundial. No Brasil esse número vai para 23 milhões de pessoas que precisam de cuidados em saúde mental.
Além de todas as perdas na produção e custos diretos e indiretos das doenças mentais no trabalho, sem dúvida a maior perda é em qualidade de vida. Existem comprometimentos em todos os âmbitos da vida. De maneira individual, a pessoa pode ter comprometido físico (dores de cabeça, fadiga, mudanças na alimentação, na rotina de sono), mental (esquecimentos, sensação de cansaço mental, pensamentos suicidas) e social (perda da vontade de socializar, de manter relações com colegas, agressividade), no campo organizacional vemos muitos conflitos com colegas de trabalho, piora da qualidade do trabalho e baixa na produtividade. O profissional pode tornar-se negligente, lento e impessoal. Dentre outros sintomas comuns a Depressão, Transtornos ansiosos e outros.
Mas é fundamental informar que todos os sintomas têm tratamento. Doença mental não é uma sentença, assim como hipertensão, diabetes e qualquer outra doença. Se houver tratamento adequado, o paciente pode recuperar a qualidade de vida.Atenção: Não existe uma regra para ter os sintomas, por isso é importante se conhecer e estar atento às mudanças na sua rotina. Se você percebeu um ou mais sintomas converse com um psiquiatra ou profissional de saúde mental. E se você perceber que um amigo ou colega de trabalho pode estar apresentando algum sintoma, converse com ele e ofereça ajuda. Ações como essas podem salvar vidas.
Esqueça o medo e o preconceito, a sua vida é importante e você pode voltar a ter qualidade de vida. Cuide-se e busque ajuda.
*Antônio Geraldo da Silva
Médico Psiquiatra
Diretor da Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP
Presidente da Associação Psiquiátrica da América Latina – APAL
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