Veja todas as fotos do evento em alta qualidade, clique aqui.
Desmistificar o tema suicídio, é hoje uma tarefa muito importante na sociedade brasileira e no mundo. Falar do assunto que por muitos anos foi considerado tabu e sobreviveu sob a ótica do preconceito é uma das principais formas de prevenção adotadas na atualidade.
Com esse propósito de quebrar esse tabu e corrigir falhas observadas a partir das experiências do passado, foi o que motivou entidades que representam os servidores da Polícia Federal a promoverem a palestra “Felicidade no Mundo Atual”, com o professor da Universidade de Brasília, Wander Cleber Maria Pereira da Silva.
Servidores da Polícia Federal em Brasília vivenciaram no dia 12 de setembro, uma manhã diferente da que estão acostumados em seu ambiente de trabalho. E puderam em um bate papo descontraído discutir questões como enfrentar os principais problemas da vida, como desenvolver habilidades socioemocionais no seu ambiente de trabalho, muitas vezes estressante, com a palestra do professor Wander. Durante a conversa os participantes ainda puderam refletir sobre as dificuldades e estratégias para lidar com problemas no ambiente profissional e sobre questões de vida.
A ação foi uma iniciativa do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal, da Federação Nacional dos Policiais Federais, Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais com o apoio da Superintendência Regional de Brasília, Diretoria de Gestão de Pessoal, Diretoria Executiva, Diretoria Técnico-Científica e da Coordenação de Recursos Humanos da Polícia Federal.
Para o diretor de Gestão de Pessoal, Delano Cerqueira Bunn, falar de suicídio é a atitude mais importante neste momento, mas de maneira desmistificada e ampla em todos os ambientes da instituição.
Márcio Nunes, superintendente regional de Brasília, chamou a atenção para ato de manter-se atento aos colegas que convivem lado a lado. “Peço a cada um que preste atenção no colega que está do lado, às vezes na correria do dia a dia a gente termina por não o fazer, às vezes o colega está emitindo sinais muito sutis que só quem está exatamente do lado consegue ver isso, sejamos vigilantes uns dos outros”.
No mesmo sentido Marcos Camargo, presidente da APCF, destacou que muitos casos poderiam ser evitados pelo simples ato de falar sobre o assunto e que é necessário reconhecer a depressão, com uma doença e que ela precisa ser tratada como tal.
Não há mais como correr ou fugir deste tema, pois ele alcançou todos os públicos da sociedade, inclusive os policiais federais, destacou Luis Antônio Boudens, presidente da FENAPEF. “Não temos mais como corrermos deste assunto, ele chegou perto demais de nós, os números de suicídios na Polícia Federal são muito altos. Na Federação nós já adotamos vários procedimentos com relação a esse tema, muitos deles errados, temos que confessar, mas graças a Deus de tudo que a gente aprendeu e fez até agora sobre esse tema, acho que esse momento aqui é de comemoração e tenho certeza que nós não vamos deixar esse assunto ser tratado da forma como tratamos, nós vamos virar esse jogo. Nós já acumulamos muitas experiências sobre isso e agora nós acumulamos o melhor que é a maturidade e o senso de companheirismo”.
Boudens chamou a atenção para um ponto comum dos caso de suicídios na PF que merece uma análise aprofundada, uma espécie de recado dos policiais que tiraram a própria vida deixaram, de que a maioria dos casos ocorreram no ambiente de trabalho. “Nós temos que dar uma resposta, mas porque temos que dar uma resposta? Porque muitos dos casos os colegas escolheram o local de trabalho para dar seu último recado, nós temos que lidar com essa informação e com todas as nossas forças ajudar a gestão que agora se abre para essa confluência de esforços de forma muito digna e séria”.
Egídio Araújo, presidente do SINDIPOL/DF complementou todas as falas anteriores as dele, convidando para a ação de acolher àqueles que necessitam. “Usou-se muito nas falas que me antecederam a apalavra reflexão, quero somar também com a palavra acolhida, que se olharmos para o colega do lado e observarmos que o colega, em qualquer momento, foge da curva comportamental, é porque ele está precisando de ajuda. Nós temos que estar atentos e acolher”.
Comments are closed.