Pesquisa recentemente publicada na revista Forensic Chemistry mostrou ser possível a identificação do sexo de um indivíduo pela análise das impressões digitais. Este estudo é um dos resultados do doutorado do Papiloscopista Policial Federal Marco Antonio de Souza, no programa de pós graduação em nanociência e nanobiotecnologia da Universidade de Brasília – UnB. Nele, os pesquisadores analisaram impressões digitais de 42 voluntários utilizando a espectroscopia Raman e métodos supervisionados, ou seja, a partir de modelos de classificação construídos utilizando amostras com características conhecidas, em seguida, o modelo é utilizado para prever a classe de amostras desconhecidas. Então, eles conseguiram classificar indivíduos em homens ou mulheres a partir de suas impressões digitais, que foram submetidas a diferentes condições de armazenamento. Considerando um período de até sete dias a partir da coleta da impressão digital, os resultados mostraram taxas de discriminação correta variando de aproximadamente 80-93%. Segundo o PPF Marco Antonio, as informações químicas de impressões digitais podem ser relevantes para uma investigação policial.
Ele estuda esse tema desde seu mestrado e possui outros artigos publicados na área. Ainda segundo Marco Antonio, por ser uma técnica não destrutiva, é possível pensar em otimizar essa metodologia e incorporá-la nos protocolos de análise de vestígios de impressões digitais encontradas em cena de crime em que não seja possível estabelecer a autoria. Todos os pesquisadores que contribuíram com o estudo fazem parte do grupo de pesquisa Papiloscopisa Forense, vinculado à Academia Nacional de Polícia – ANP e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. Em 2020, segundo o relatório emitido pela ANP, o grupo de pesquisa Papiloscopia Forense foi responsável pela produção de oito artigos, sendo quatro deles publicados em revistas internacionais. O último relatório, que traz o número de publicações do grupo nos últimos 12 meses, em seu segundo ano de existência, já aponta um crescimento de 75% em sua produção científica (14 publicações), sendo observado ainda um incremento de 200% nas publicações em revistas internacionais.
Quem tiver interesse em conhecer mais sobre esse trabalho, clique aqui: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2468170921000916?dgcid=coauthor
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