O diretor afastado de Contra-Inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Maurício Fortunato, afirmou ontem, em depoimento à CPI dos Grampos, que 52 servidores da Abin participaram da Operação Satiagraha, deflagrada pela Polícia Federal
Fortunato acusou o delegado Protógenes Queiroz, que comandou a Satiagraha, de ter causado um “descontrole” na agência.
Em entrevista ao jornal O Popular, o delegado da PF confirmou que Francisco Ambrósio do Nascimento, ex-araponga do Serviço Nacional de Inteligência (SNI), trabalhou na investigação sobre o banqueiro Daniel Dantas.
O delegado da PF, entretanto, desmentiu a informação de que Nascimento fez as escutas clandestinas que teriam levado ao grampo da conversa telefônica entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).O delegado ainda insinuou que Dantas possa estar por trás desses grampos.
Nélio Machado, advogado do Daniel Dantas, classificou de “levianas” as declarações de Protógenes. “O delegado ataca para se defender, mas ele não consegue explicar vários pontos obscuros nessa história: a participação de agentes da Abin no inquérito da Operação Satiagraha, sua relação com Paulo Lacerda (diretor afastado da Abin), sua relação com Hugo Chicaroni (preso sob a acusação de tentativa de extorsão contra um delegado do caso), a reunião da PF que definiu seu afastamento do caso”, afirmou Machado. “Tudo isso gera um quadro de suspeição.” A CPI convocou Ambrósio, o presidente do STF, Gilmar Mendes, o ministro da Justiça, Tarso Genro, o banqueiro Daniel Dantas e reconvocou Protógenes.
Ascom com informações do Correio Braziliense
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