Fonte: Correio Braziliense
A advogada Marina Pasquini Toffoli lembra que, no Estado Novo, período de Getúlio Vargas, iniciado em 1937, o Brasil vivenciava uma ditadura que espargia o terror e edificava uma barbárie, suprimindo garantias individuais dos brasileiros. Fecharam-se o parlamento federal e os legislativos estadual e municipal. Censurou-se a imprensa e preparou-se uma polícia política e social. Segundo Marina, conservou-se o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) para vigiar a imprensa do país e controlar a infiltração estrangeira no Brasil.
Os atuais governistas querem novo controle da imprensa, da Justiça, do Ministério Público e da Polícia Federal. Os protestos de rua contra o preço dos ônibus puseram o Brasil em transe, com a lembrança da corrupção que assola o país e a incompetência dos que nos governam.
O americano R. S. Rose examinou os arquivos secretos da polícia no Rio de Janeiro e lançou o livro Coisas esquecidas, sobre Vargas, que, em 1924, deputado federal gaúcho, admitiu ter elegido, por cinco mandatos, com votos forçados e muita violência, seu protetor, Borges de Medeiros, ao governo do Rio Grande do Sul, com apoio do governo federal. Mais tarde, Getúlio teve seu apoio e o de militares, governando o país de 1930 a 1954.
Atuavam no país a United Press, a Associated Press e a Havas, francesa, controlada pelos alemães. A polícia brasileira reinventou, em muitas casas, a tortura de tempos coloniais.
Getúlio teve poderes absolutos. Em discurso, antes da 2ª Guerra Mundial, ele fechou o Congresso e criou o DIP, para controlar a infiltração estrangeira no Brasil. Na verdade, ele manteve a censura à imprensa. No discurso, disse que a Havas e a Transocean (alemã) distribuíam material ao Brasil, com poder excepcional de ação interna, em alemão, italiano e japonês. “Eu — disse — não podia resolver os problemas do Brasil e da América. O zelo da propaganda inglesa perturbou minha ação. Mas, isso foi útil, gerou medidas que garantiram nossa neutralidade na Segunda Guerra Mundial”.
A única reação ao regime do Estado Novo deu-se em maio de 1938. A embaixada alemã ajudou a acabar esse nome. Getúlio, ditador, disse: “Eu resolvi queimar todas as bandeiras estaduais, para não ter problemas com os estados”. Eram os primeiros anos de chumbo de nossa História. Hoje, com passeatas, queremos democracia sem violência.
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