Por Valacir Marques
O Xavier foi embora… O Xaxá, querido e estimado por tanta gente morreu. É difícil acreditar que não o teremos mais no nosso convívio. Testemunha de momentos importantes das nossas vidas, de uma Polícia Federal que ficou no passado, revivia personagens e fatos com fotos que nos apresentavam a nós mesmos… O Xaxá mostrava que não foi sonho, personagens e fatos retornavam trazendo junto lembranças que só gente como ele – com a sensibilidade própria dos grandes fotógrafos conseguia transmitir.
Cada vez que via sua arte, não conseguia deixar de lembrar o grande Octavio Paz, Prêmio Nobel, que disse um dia: “A destruição da memória afeta não apenas o passado, como também o futuro. A memória é a forma mais alta da imaginação humana, não é apenas a capacidade de recordar. Se a memória se dissolve, o homem se dissolve”. Certamente o Xavier sabia disso, sabia que todo o homem tem o direito e até o dever de mitificar sua juventude, a nossa história precisava continuar viva, e ele fez isso com competência até o fim.
Sua lembrança ainda viva, hoje é dolorosa, mas vou lembrá-lo alegre, feliz. Vou lembrar-me dele antes da existência das redes sociais, com aquelas câmeras imensas, cheio de sacolas, trocando filmes, clicando e pedindo poses nos encontros de policiais federais pelo Brasil afora. Não pretendia personalizar, mas é impossível esquecer suas mensagens me incentivando depois de ler meus modestos textos – com sua bondade enchia meu ego, me ajudava a não desistir.
Finalmente, digo a todos que as lembranças do Xaxá ficarão eternizadas, sua história, e, principalmente suas fotos, mostrarão pessoas e fatos como eles foram um dia, ninguém consegue mudar o passado. O Xavier, esteja onde estiver, pode ficar certo de que continuaremos a cultivar sua memória. Encerro citando outro fotógrafo para homenageá-lo como ele merece: “A fotografia, antes de tudo é um testemunho. Quando se aponta a câmera para algum objeto ou sujeito, constrói-se um significado, faz-se uma escolha, seleciona-se um tema e conta-se uma história, cabe a nós espectadores, o imenso desafio de lê-las”. De minha parte, e, certamente, de todos os seus amigos, o desafio será aceito!
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