Arapongas disseram à PF que Protógenes repassava documentos
Embora atuando clandestinamente na Operação Satiagraha, funcionários da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tiveram livre acesso aos e-mails interceptados pela Polícia Federal com diálogos do banqueiro Daniel Dantas e de sua irmã, Verônica, com funcionários de escritórios de advocacias
Segundo relatório do delegado Amaro Vieira Ferreira, responsável pelo inquérito que apura o vazamento de informações, arapongas revelaram detalhes, inclusive sobre investigações internacionais. O oficial de Inteligência Luiz Eduardo Melo, lotado em Brasília, depôs que Dantas diminuiu a troca de informações com escritórios depois da reportagem publicada em abril, na “Folha de S. Paulo”, sobre a operação que seria deflagrada contra ele em julho.
Advogados de Dantas acionaram governo dos EUA
Com a informação, os advogados de Dantas protocolaram há três meses junto ao governo americano pedido de providências contra a investigação, já que houve diálogos com funcionários de empresas sediadas nos EUA, e a interceptação de e-mails contraria as leis daquele país.
Em trecho da página 17 do inquérito 24447-08, concluído em 21 de outubro último, a polícia revela que os arapongas eram abastecidos de informações sigilosas: “Que o depoente (Melo), perguntado se na seleção de e-mails à época tinha conhecimento de onde os alvos estariam atuando, por exemplo, no Paraná ou no Sul, disse que pôde concluir que estariam atuando no Rio de Janeiro, pois lá era a sede do Opportunity, não aparecendo negócios em outras regiões; quando aparecia era normalmente no exterior, envolvendo escritórios de advocacia nas Ilhas Cayman e
Outro servidor da Abin, Márcio Seltz, confirmou que os e-mails foram entregues aos agentes por Protógenes. Seltz contou que recebeu inclusive documentos da Telecom Itália, Brasil Telecom e de fundos de pensão. Segundo ele, o delegado pedia a tradução sem dar explicações. Em outro trecho, Seltz diz: “Os e-mails versavam sobre uma ação judicial que estaria ocorrendo na Justiça americana e, pelo que pôde entender, seriam advogados americanos do escritório Boyler Flexner”.
Ainda no relatório, o agente da Abin Thelio Braun D´Azevedo disse que quatro servidores da agência recrutados por ele não sabiam que trabalhavam para a PF.
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