Fonte: Fenapef
O Conselho de Representantes da Fenapef, instância deliberativa que reúne todos os presidentes de sindicato da PF, no dia de ontem, 12, decidiu por quase a unanimidade priorizar ainda nesse ano de 2013 a correção inflacionária dos subsídios dos agentes, escrivães e papiloscopistas policiais federais.
Na assembleia foi rejeitada uma proposta regional encaminhada pelo sindicato do Ceará, que condiciona uma hipotética e encantadora tabela salarial à aprovação de temas complexos e polêmicos, que demandam uma aprofundada análise quanto às suas repercussões. Segundo o presidente da Fenapef Jones Borges Leal, “criar uma tabela com valores considerados atraentes é tarefa fácil, afinal, o verdadeiro desafio político é mostrar ao Governo Federal que ele criou um abismo salarial dentro da PF, uma distorção que precisa ser corrigida”.
A decisão tomada pelos dirigentes sindicais foi baseada na principal agenda política em andamento, coordenada pela diretoria da Fenapef, com foco exclusivo na recomposição dos efeitos corrosivos da inflação. Afinal, historicamente, já foi comprovado que é um erro estratégico misturar agendas emergenciais e periódicas com discussões complexas e polêmicas que demandam longo prazo.
Segundo Leal, “sempre vamos incentivar o debate, e a intensa busca de pacificação dos conflitos internos na PF, mas a decisão do Conselho de Representantes demonstrou que hoje o sindicalismo da PF está focado na recomposição inflacionária dos salários dos agentes, escrivães e papiloscopistas, e agendas regionais devem evitar as históricas armadilhas que nos fizeram subestimar a necessidade de correções anuais da inflação”.
Apesar da proposta oficial de 15,8% oferecida pelo Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, segundo estimativas oficiais do próprio Governo Federal, a inflação dos últimos seis anos já acumula um percentual próximo a 40%, índice que representa o sucateamento salarial da grande maioria dos policiais federais, motivo da crise institucional do órgão, com desmotivação, doenças, suicídios e evasão recorde de servidores.
Em outras palavras, nesse período de congelamento salarial promovido pelo Governo Dilma, milhares de famílias de policiais federais estão abrindo mão de melhores escolas para seus filhos, abandonando melhores condições de planos de saúde, enquanto observam ao reajuste de 26% concedido à classe inicial dos delegados e peritos, uma ampliação do abismo salarial existente entre servidores de nível superior da mesma carreira policial federal.
E o presidente da Fenapef afirma, “a proposta do sindicato do Ceará foi rejeitada pelos dirigentes sindicais de todo o país por ser considerada temerária e prejudicial às atuais negociações. E apesar do estresse que vivemos, ficamos muito orgulhosos pela participação dos nossos sindicalistas, pois todos demonstram uma vontade comum de unir forças e, junto dos cidadãos brasileiros, colegas de todo o país, ir para as ruas protestar e mostrar à Sociedade o que o Governo Dilma tem feito com a grande maioria dos policiais federais”.
E Leal completa, “sem dúvida a Fenapef vai assinar um termo de reajuste ainda em 2013, pois o absurdo congelamento salarial de seis anos, promovido pelo Governo Dilma, é agressivo, insustentável, e está sendo usado contra nós como uma espécie de extorsão oficial. Mas existe atualmente uma agenda de negociação e, sobretudo, de conscientização com o Governo. Mas, dependendo da forma que nos tratarem, certamente saberemos como agir no ano que vem”.
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