Fonte: Alô Brasília
Por Wesley Braga
Agentes da Polícia Federal do DF fizeram, ontem (11), uma paralisação de 24h nos serviços em protesto contra problemas de assédio moral e pressões políticas dentro da corporação. Outros dois pleitos também foram cobrados pelos policiais: recomposição salarial dos últimos oito anos e a aprovação de um projeto de lei que regulamente as atribuições dos PFs. A paralisação foi de 70% do efetivo, os outros 30% trabalharam normalmente. Cerca de 300 dos 500 federais do DF participaram da manifestação.
Além de Brasília, o protesto aconteceu paralelamente em outros 21 estados. A manifestação envolve escrivães, papiloscopistas e policiais federais. O ato começou logo pela manhã, quando agentes se reuniram em frente ao edifício sede do órgão, no Setor Autarquias Sul. Em referência ao dia do enfermo, celebrado ontem, agentes usaram máscaras cirúrgicas e um policial estava em uma maca para representar que a ‘PF está na UTI’.
“A operação ‘tartaruga’, quem está fazendo é o governo com a PF. Isso causa uma desmotivação total. Cerca de 250 policiais saíram da corporação ano passado”, afirma o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do DF (Sindipol), Flávio Werneck, em alusão à operação deflagrada pela PM. A categoria reclama também da falta de atendimento aos cerca de 13 mil policiais federais. “No Brasil inteiro são três psicólogos. Sendo que dois estão no DF e precisam se revezar para atender policiais no país todo.” De acordo com o sindicato, 30% do efetivo do DF toma remédio controlado. “Em dois anos e meio, 12 policiais se suicidaram em todo Brasil”, denuncia o Flávio.
SEM PREJUÍZOS
Os brasilienses que precisaram de serviços que envolvem a PF, como emissão de passaportes, não sofreram transtorno algum. O recebimento de denúncias anônimas também ocorreu sem prejuízos. No Aeroporto Internacional de Brasília, nossa equipe verificou que os trabalhos de checagem de passaportes de estrangeiros, entre outros, seguiram normalmente durante todo o dia. Apenas os trabalhos de investigação foram interrompidos.
MAIS PROTESTOS
Ainda de acordo com Sindipol, caso não haja avanço nas negociações, e o governo federal não atenda às reivindicações, outros atos estão previsto para ocorrer. No próximo dia 19, policiais prometem sair em caminhada à Câmara Legislativa para protestar. Contudo, uma outra paralisação, desta vez de 48h, deve acontecer entre os dias 25 e 26. Se o impasse ainda continuar, o sindicato afirma que promoverá outro ato em março. Desta vez, de três dias. “Vamos aumentar sucessivamente a duração do atos”, garante o sindicato.
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