Todos tem acompanhado nos noticiários das últimas semanas o enfoque contido no mal uso das algemas por parte da Polícia Federal.
Na verdade o DPF regulamenta o uso de algemas e uma série de outros equipamentos do dia a dia federal.
Todo bom e prevenido policial sabe que presos devem ser algemados e com as mãos para trás.
Aí começa a lambança, pois desavisados, inexperientes e outros bichos, destroem a cautela na tentativa de prover a segurança da forma menos trabalhosa possível, apesar de perigosa.
Nesse instante que as algemas são colocadas com as mãos para frente, permite, além da falta de segurança, a exposição da pessoa.
Qual é o motivo? Descaso, relaxamento, inexperiência ou o desejo de realmente espetacularizar uma situação vexatória. Uma prisão é sempre constrangedora, independente de acontecer por conta de um crime.
Na operação que culminou com a prisão de personalidades do cenário financeiro e político, ficou bem claro que a intenção era a de realmente mostrar pela televisão o preso em sua intimidade, pois o responsável pela missão, ao que tudo indica, convidou uma equipe da Rede Globo para acompanhar o trabalho de cumprimento da ordem judicial.
Seria muita cara de pau, sugerir inocência apelando para a coincidência, pois as imagens foram colhidas ainda de madrugada, antes do sol raiar. Seria impossível acreditar que o repórter e os cinegrafistas estavam passando e resolveram dar uma rápida “filmadinha”.
Não poderíamos nos permitir julgar a ação, mas o próprio chefe fez questão de tornar público, tanto as imagens como as conversas gravadas.
Então deixamos a pergunta: Qual é o problema, a algema ou a imagem do preso algemado – ficamos com a segunda opção, pois se não divulgassem a gravação, ninguém veria o ex-prefeito algemado, ou melhor se não levassem a Globo nada disso teria acontecido.
Então ao invés de punir todos os policiais brasileiros, que sejam punidos somente aqueles que cometerem os eventuais excessos.
Ameaçar um policial, pai de família, que na maioria das vezes anda sem coletes a prova de bala, que não consegue, apesar de ser experiente, prever se o preso irá reagir, é extremamente delicado e injusto.
Como prever se alguém, mesmo sem histórico de violência poderá perder a razão inesperadamente, e atentar contra o policial que o conduz, contra terceiros ou contra sua própria vida?
Aliás, no momento em que o preso percebe que sua liberdade está no fim, pensando no que pode acontecer quando chegar a delegacia ou ao presídio, pode facilmente entrar em pânico.
Os policiais obviamente que não querem arriscar-se em sua integridade física ou que não desejem responder a injustos processos, podem resolver evitar fazer prisões. Já pensaram nisso?
Deve ser lembrado que o erro é a exceção e a regra é o bom trabalho que faz com que o DPF conte com os altos índices de aprovação já reconhecidos por toda a sociedade.
Esperamos que essa decisão seja revista, pois certamente inúmeros problemas irão acontecer.
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