Fonte: Agência Sindipol/DF
Em assembleia realizada hoje, 11, policiais federais do Distrito Federal decidiram dar início à mobilização pela reestruturação salarial, para mostrar o seu descontentamento com o governo federal. A campanha, que leva o nome de “Subindo o tom“, consiste em promover ações escalonadas que integram um vasto calendário de eventos, que prevê manifestações, protestos, operação padrão e greve geral.
A assembleia, realizada nas tendas armadas em frente ao Edifício-sede da Polícia Federal, teve o comando do presidente do Sindipol/DF, Jones Leal, que recebeu o apoio do presidente da Fenapef, Marcos Wink, do secretário-geral da entidade, João Valderi de Souza, do Vice-Presidente do Sinpef/MG, Luis Antônio de Araújo Boudens e do Assessor Legislativo, Marcos Verlaine.
Fora DG! – Os sindicalistas fizeram uma longa explanação sobre o processo de negociação entre os policiais federais e o MPOG e destacaram a vergonhosa omissão da Direção-geral da Polícia Federal no tratamento dos interesses dos Agentes, Escrivães e Papiloscopistas. O descaso da Direção-geral há muito vem sendo criticado pelos policiais federais, que decidiram, em paralelo, desenvolver a campanha “Um DG para TODOS!”, pedindo a saída imediata do delegado Leandro Daiello, que é visto pelos servidores apenas como um “representante” dos interesses da sua associação.
'A Polícia Federal hoje é uma bomba, com um pavio muito curto, prestes a explodir a qualquer momento! Não aceitaremos mais delegados na Direção-geral! Precisamos de alguém que tenha uma visão administrativa e política voltada para todas as categorias!', disse o presidente da Fenapef, em sua saudação aos policiais federais. Wink explicou que há cerca de dois anos todas as entidades chegaram a um consenso salarial, inclusive assinando um documento. 'Inexplicavelmente, a associação dos delegados roeu a corda. Bastou isto para o Diretor-geral engavetar a proposta. Estão nos empurrando para uma radicalização!', completou.
Os sindicalistas explicaram, em detalhes, as pressões que os negociadores do governo tem sofrido com vistas à manutenção da trava salarial, que é encarada pelos delegados e peritos como fator fundamental da “hierarquia e da disciplina”. Wink comentou que os delegados da classe especial tem hoje o maior salário das carreiras do Executivo e que o MPOG já reconheceu que há uma distorção no salário dos EPAs (Escrivães, Papiloscopistas e Agentes), que – ao contrário – percebem uma das remunerações mais baixas entre os servidores de Nível Superior do poder Executivo.
'Nós não estamos brigando por reajuste linear! A nossa batalha é específica pela reestruturação salarial', assinala o presidente Jones Leal. Para tanto, serão utilizados todos os meios de luta. Já agora, nos dias 16 a 18 de julho, em Porto Alegre, durante o VI Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, sindicalistas de todo o país estarão fazendo um trabalho de conscientização das diversas autoridades presentes ao evento.
Subindo o tom – Conforme restou aprovado, o calendário de mobilização acatado pelo Conselho de Representantes, prevê a execução de atividades em incontáveis áreas, partindo das mais simples e tranquilas, até as mais complexas e radicais – na medida certa do avanço ou do retrocesso das negociações. É por isso que no dia 25 foi aprovada a paralisação por um dia, que será marcada por uma manifestação em frente ao ministério da Justiça, para mostrar à população e às autoridades o descontentamento dos policiais federais com a inércia do governo em atender às reivindicações e, também, para pedir a saída imediata do delegado Daiello da Direção-geral da Polícia Federal.
Os sindicatos dos estados de Goiás e Minas Gerais se comprometeram a comparecer ao movimento.
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