Fonte: Correio do Estado
O deputado federal Fábio Trad (PMDB-MS) propôs audiência pública na Câmara Federal para debater os renitentes casos de suicídio que têm ocorrido nas diversas carreiras policiais. O requerimento nº 345/2014, assinado por Fábio e o deputado Osmar Terra (PMDB-RS), foi apresentando na última semana na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara.
A audiência tem a finalidade de forçar os governos federal e estadual a discutir o problema, que tem se agravado nos últimos meses. Só em Mato Grosso do Sul, do final de junho ao começo deste mês, em menos de 15 dias, ocorreram três casos de suicídios de policiais. Diante de um quadro, conforme o deputado sul-mato-grossense, “torna-se necessária a audiência a fim de melhor refletir e diagnosticar este mal que vem destruindo vidas e famílias, além de causar danos à própria coletividade que demanda por uma segurança pública estruturada em bases sólidas”.
Na justificativa da audiência, Fábio Trad lembrou que toda sociedade, em qualquer época, tem como finalidade essencial defender a vida de seus integrantes, e que o sociólogo Émile Durkheim (1858-1917) demonstrou que o suicídio é a expressão mais grave de fracasso de uma comunidade, raramente explicado por uma razão única. “Fruto de uma especial combinação de fatores negativos, internos e externos, o suicídio nunca foi uma tragédia de fácil explicação para a área médica nem para estudiosos da vida social”, apontou.
Vista do lado de fora, segundo Fábio Trad, a polícia é uma referência no combate à corrupção e ainda representa a elite de uma categoria cada vez mais imprescindível para a sociedade. “Vistas por dentro, a imagem é antagônica. A Polícia Federal e a Polícia Civil passam pela maior crise interna já registrada desde a década de 90”, asseverou.
Com a quantidade de suicídios de policiais aumentando, para Fábio, o poder público precisa dar uma resposta. “Ainda que seja errado apontar para responsabilidades individuais, a tragédia chegou a um nível muito grande, o que cobra uma resposta de cada parcela do Estado brasileiro que convive com esse drama”, afirmou no documento.
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