Agentes são suspeitos de alertar traficantes antes de ações e de clonar cartões de crédito
Em uma operação desencadeada ontem pela Polícia Civil do Rio de Janeiro para desarticular uma quadrilha de clonagem de cartões de crédito, foram presos três agentes da corporação, suspeitos de integrar o grupo. Um quarto policial não pôde ser detido por concorrer a uma vaga de deputado estadual e por estar protegido pela Justiça Eleitoral, que não permite a prisão de candidatos nesse período. Eles também são acusados de passar informações para traficantes cariocas. Batizada de “traidor”, a ação ainda foi responsável pela dentenção de outras três pessoas.
Segundo o chefe de Polícia Civil do Rio, Allan Turnowski, a corporação está indignada. “Tenho que externar esse sentimento de revolta de todos os policiais. Eles (os agentes presos) são piores do que qualquer bandido. Nas gravações (escutas telefônicas com autorização da Justiça), eles chegam a dar boa sorte à quadrilha. Um deles chamava a mulher de um marginal de patroa”, disse Turnowski, acrescentando que a quadrilha chegava a movimentar R$ 700 mil por mês.
Mortes
Durante os trabalhos de investigação, descobriu-se que os suspeitos, além de colaborar com a quadrilha especializada em clonagem de cartões de crédito, alertavam os traficantes da cidade das ações policiais que seriam realizadas. Em duas delas, no ano passado, no Conjunto de Favelas do Alemão, no subúrbio do Rio, três policiais morreram e 12 ficaram feridos. Segundo a Corregedoria de Polícia Civil, que comandou a investigação, na época os criminosos teriam reforçado o arsenal para enfrentar a polícia.
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