Famoso por ter prendido o banqueiro Daniel Dantas, na Operação Satiagraha, o delegado federal Protógenes Queiroz passou à posição de vidraça. O novo depoimento prestado pelo empresário e professor universitário Hugo Sérgio Chicaroni, no dia 7 de agosto, muda completamente a versão de um dos casos mais enigmáticos do país. Protógenes, agora, é acusado de ter pedido dinheiro a Chicaroni para retirar Daniel Dantas e sua irmã Verônica da mira da Polícia Federal. Chicaroni disse que é amigo do delegado há pelo menos sete anos.
Segundo a Polícia Federal, logo depois de ser preso, no dia 8 de julho, Chicaroni afirmou que o dinheiro era do Opportunity e foi levado a ele por pessoas do grupo financeiro de Dantas para ser entregue a policiais. Depois, no primeiro depoimento à Justiça, ele permaneceu calado. No novo depoimento, Chicaroni afirma que não foi ele quem ofereceu dinheiro a policiais federais. Ao contrário. Ele diz que a soma inicial de R$ 50 mil, para mudar o curso das investigações, foi pedida pelo próprio delegado Protógenes.
Chicaroni foi acusado de tentar subornar o delegado federal Victor Hugo durante a investigação conduzida por Protógenes. Para justificar a prisão, o juiz Fausto De Sanctis afirmou que a soma de R$ 1,28 milhão, encontrada na casa de Hugo Chicaroni, era fruto de uma operação coordenada pelo braço direito de Daniel Dantas, Humberto Braz, que é executivo do Opportunity.
Hugo Sérgio afirmou em depoimento que, em um primeiro encontro, R$ 50 mil foram destinados ao delegado federal Victor Hugo. E que, em uma segunda reunião, foi repassado ao policial federal R$ 79 mil. A meta seria o repasse de R$ 1 milhão. Vale lembrar que Hugo Chicaroni jamais teve pedida a quebra de seu sigilo telefônico pela PF ou pelo MP. Ao contrário dos demais acusados.
Ascom com informações da Revista Consultor Jurídico
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