Fonte: Agência Sindipol/DF
O modelo de Polícia de Ciclo Completo do Chile e Portugal face ao modelo brasileiro foi tema de debate do Seminário Internacional de Segurança Pública: Persecução Criminal, realizado ontem, 26, na Câmara dos Deputados. O evento trouxe ao centro das discussões os anseios da população e das diversas forças policiais por melhorias no setor. O evento foi uma iniciativa da Câmara dos Deputados em parceria com a Fundação Leonel Brizola e Alberto Pasqualini.
Durante todo o dia o tema norteou as trocas de experiências entre profissionais de segurança do Brasil, Chile e Portugal.
Especialistas apontaram dados sobre a atuação das Polícias no chamado Ciclo Completo de Polícia e sua eficácia na elucidação de crimes, no Chile e em Portugal a taxa de elucidação supera 80%. No Brasil a taxa de elucidação é de apenas 8% (nos homícios), isso evidencia o sistema ineficaz na persecução criminal existente no país. Com índice tão baixo, fica o questionamento: Que tipo de segurança pública estamos construindo? E que tipo de segurança queremos construir? O sucesso da política de segurança pública desses países é imputado ao trabalho integrado das polícias, e ao trabalho de prevenção, aliados a uma metodologia investigativa célere e uma fase judicial eficaz. Então por que não adotar esse modelos de segurança pública?
A Dr. Helena Fazenda, Secretária-Geral do Sistema de Segurança Interna de Portugal e Procuradora Geral Adjunta, destacou a redução dos índices de criminalidade em Portugal e explicou que essa redução deu-se pela definição das competências das polícias, que atuam conforme a natureza dos crimes, por exemplo, existem as polícias específicas, polícias judiciárias para o crimes graves e organizados, polícia de imigração que atuam nas fronteiras, estrangeiros, tráfico de drogas e pessoas. As polícias trabalham de forma unificada.
É grave e preocupante o quadro de segurança pública do Brasil. Segundo o Dr. Renato Sérgio de Lima, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil apresenta altas taxas de criminalidade e violência e para Renato o debate sobre ciclo completo é importante porque a sociedade brasileira quer mudanças, e as respostas públicas dadas ao clamor da população são ineficazes. “O debate de ciclo completo toca numa questão fundamental, uma grande evidência da falência e do colapso da segurança pública brasileira é o ciclo incompleto, na prática a polícia brasileira é a única do mundo que começa a atender um caso e em determinado pedaço para e passa para outra polícia. Em todos os lugares do mundo a polícia é de ciclo completo, isso é importante porque aumenta e preserva a eficiência do trabalho”, ressaltou.
É preciso mudar a arquitetura dos órgãos de segurança pública no Brasil, com uma estrutura que contemple todas as forças policiais. Flávio Werneck, presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal – SINDIPOL/DF ressalta que o ciclo completo é uma das vertentes para uma prestação de serviço de segurança pública de qualidade, e que os brasileiros exigem respostas efetivas para resolver a falta de segurança, principalmente no combate à impunidade.
Contribuíram para o sucesso do Seminário o SINDIPOL/DF, FENAPEF; DPF, FNEV/USP, FENAPF, ADPF, ADEPOL, ANASPRA, FENARPF, Viva Rio, MovPAz, CNCG, CONCPC, ANPR, FENEME, ANERMB, CONSESP, MNDH, CONSESP.
Leia mais: TV Fenapef mostra as discussões sobre Ciclo Completo de Polícia
Assista ao vídeo de Flávio Werneck:
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