Todos nós, Policiais Federais, sabemos que o DPF, ao contrário do que a propaganda oficial divulga para o povo brasileiro, vive uma situação interna, na melhor das hipóteses, dramática.
A convivência entre as cinco categorias está se tornando, a cada dia, mais problemática, já que defendem interesses completamente distintos.
Só em representação a nível nacional, temos nove instituições diferentes. Isso sem contar vinte e sete Sindicatos Estaduais e seus equivalentes para os Delegados e Peritos, todos trabalhando para defender EXCLUSIVAMENTE as pretensões de seus associados e atrapalhar as das outras categorias. Podemos citar como exemplo a famosa PEC 28/99, e mais recentemente os bastidores da elaboração da Lei Orgânica que tinha no Cargo Único seu ponto mais promissor. Infelizmente, Delegados e Peritos são radicalmente contra e, pelo que parece, o MJ vai atendê-los e, conseqüentemente, aumentar o índice de insatisfação presente na maioria absoluta dos Policiais Federais.
Essa realidade lamentável de constantes traições, perseguições e total conflito de interesses e diferenças irreconciliáveis, impõe a urgente necessidade de uma nova visão de solução de problemas para a PF que consiga atender todas as pretensões de todos os envolvidos. A idéia seria basicamente uma emenda ao artigo 144 da CF desmembrando o DPF em três instituições distintas.
Assim, para atender aos Peritos, transformar-se-ia o Instituto Nacional de Criminalística em Departamento Nacional de Criminalística. Este seria um órgão permanente, autônomo, independente, com L.O. própria, composto exclusivamente por Peritos da carreira técnico- científica e tendo como atividade fim a elaboração de Laudos Periciais.
Para atender aos Delegados, seria criada a Delegacia Geral da União, órgão permanente, autônomo, independente, com L.O. própria, composto exclusivamente por Delegados Federais de CARREIRA JURÍDICA, tendo como atividade fim a feitura de inquéritos.
Para atender aos Agentes, Escrivães e Papiloscopistas, criar-se-ia o Cargo Único de nível superior de Comissário de Polícia Federal de CARREIRA POLICIAL. O DPF seria mantido com as suas atuais prerrogativas e atribuições constitucionais. Continuaria a ser um Órgão permanente, autônomo, independente e com L.O. própria.
Com certeza algumas pessoas não vão concordar de imediato com as propostas aqui apresentadas. Primeiro, porque é uma idéia totalmente inovadora. Segundo, porque o que foi aqui exposto são apenas as linhas gerais de um planejamento estratégico maior, baseado em técnicas de gestão institucional, onde existe toda uma metodologia científica para se formular diagnósticos, prazos e metas a serem alcançados, processos a adotar, e erros a corrigir.
Fica aqui minha contribuição, mas em um ponto com certeza todos nós temos que concordar: essa estrutura ultrapassada de cargos e salários que no DPF serve apenas para fomentar as vaidades e o lado negro do corporativismo tem que ser urgentemente modernizada de forma que atenda à maioria.
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