Continua muito fácil escrever sobre os problemas da Polícia Federal e a esmagadora tendência dos “chefes” a se manterem no poder a qualquer preço, favorecendo seus pares, mesmo sem o perfil e a capacidade necessária para exercer uma determinada função.
Recentemente circulou uma mensagem da Coordenação de Recursos Humanos/DGP/DPF, visando ocupar o cargo de CHEFE do Serviço de Proteção aos Direitos Humanos e ao Depoente Especial. Exigia que o candidato à vaga possuísse 01 ano na lotação atual e comprovasse experiência na área de direitos humanos.
Como não poderia deixar de ser, em decorrência da política ditatorial que determina sem critérios claros e objetivos a ocupação das funções de chefia, esse concurso interno destina-se somente a delegados.
Não importa se os demais sejam mestres ou doutores, especialistas em RH ou segurança Pública, o que basta é ser dotô. Isso mesmo, dotô: _ aquele que sem haver cursado qualquer doutorado (sequer uma “pós-graduação”), exige e acaba recebendo o título – muitas vezes por imposição, do tipo: me respeite, se não te puno. Acata e acredita quem quiser.
Seria cômico se não fosse trágico,mas apesar do fato de conhecer os princípios modernos de relacionamento profissional, a Administração não os aplica. Apesar de conviver com representantes de Polícias dos países de primeiro mundo, não aceita sequer estudar seus modelos de estrutura administrativa e de carreira.
Na verdade compreendo. Já pensou se permitissem que um agente ocupasse uma função de comando operacional e desempenhasse bem, poderia culminar na indicação natural de outros e outros até que não restasse nenhum incompetente comandando as operações, seria o caos para eles. Imaginem que loucura se no COT(Comando de Operações Táticas) ou CAOP(Coordenação de Operações Aeropoliciais) não tivessem chefes inexperientes e por conseqüência não houvessem incompetentes chefiando, além de milagrosamente, aviões e helicópteros, como num passe de mágica começassem a voar sem problemas.
Já imaginaram se um escrivão comandasse um setor de estudos, pareceres e legislações e fosse bem, poderia dificultar os favores. Deus os livre que ocupasse, por exemplo, esse cargo vago de chefe do Serviço de Proteção a testemunhas com os problemas graves que enfrenta e conseguisse proporcionar condições dignas para os policiais que trabalham, acabando com os ambientes deploráveis com condições insalubres.
Continuando o devaneio, já pensaram se um papiloscopista fosse nomeado Diretor da DITEC e conseguisse equacionar os problemas com os Peritos Criminais e a demora na elaboração de laudos acabasse? Poderiam pensar que é ruim nomear incompetentes ou apenas amigos que sempre “quebrarão os galhos”.
Lembro aos caríssimos leitores, que recentemente o SINDIPOL/DF promoveu uma enquête e a maioria dos participantes se mostrou descontente com a direção geral, já que 35% afirmaram estarem insatisfeitos e 40% acreditam que NADA MUDOU com o novo DG. Apenas 24% dos votantes estão contentes. O resultado era até previsível, não existe uma carreira e muito menos, uma Lei Orgânica e até agora pouco foi feito para melhorar a estrutura e a organização do Departamento de Polícia Federal – Explicação para o fenômeno, já que foi policial da base e até sindicalista: memória curta.
O policial que tinha tudo na mão, inclusive apoio da massa policial, os relega e atinge os maiores índices de reprovação da história do DPF. Exceto pelos Delegados, que apesar de haverem publicamente rejeitado sua indicação, hoje são agraciados com as chefias.
Deve ser ressaltado que se houvessem critérios, certamente os problemas aqui descritos poderiam ser minorados.
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