Nelio Machado denunciou à Procuradoria-Geral da República, sexta-feira, ser alvo de espionagem
O advogado Nelio Machado, que defende o banqueiro Daniel Dantas, será chamado para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos. A informação é do deputado Raul Jungmann (PPS-PE), que integra a CPI aberta para investigar abusos e distorções na interceptação telefônica.
Machado denunciou sexta-feira à Procuradoria-Geral da República que é alvo de espionagem – sem apontar nomes, alega suspeitar de oficiais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e de agentes da Polícia Federal.
Ele informou que foi seguido ou filmado em dois locais e em datas diferentes. A primeira em um restaurante japonês em Brasília, a outra no Aeroporto de Congonhas,
A PF não se manifestou sobre a denúncia de Machado.
A CPI retoma suas atividades amanhã, depois do recesso por causa das eleições. Os deputados pretendem ouvir novamente o delegado Protógenes Queiroz, que dirigiu a Operação Satiagraha até ser afastado depois de denunciar boicote por parte de superiores. A Satiagraha aponta o controlador do Grupo Opportunity como envolvido em esquema de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, corrupção e formação de quadrilha. Daniel Dantas nega a prática de crimes.
“Se comprovada (a denúncia de Machado) é fato de muita gravidade”, declarou Jungmann. “Com absoluta certeza algum deputado da CPI vai apresentar requerimento de convocação do advogado.”
No final de julho ele propôs mudanças na Lei 4898/65, que pune abuso de autoridade. “A lei atual remete à Constituição de 1946, portanto ela blinda todos os direitos e garantias previstos pela Carta de
Com respaldo do Ministério da Justiça e manifestação oficial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o projeto aguarda apenas designação de um relator na Câmara, que deverá ser o deputado José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP).
“É com apreensão que verificamos essa tentativa de intimidação do advogado, no exercício das suas atividades”, disse o criminalista Alberto Zacharias Toron, presidente da Comissão Nacional de Prerrogativas do Conselho Federal da OAB. “É preciso lembrar que ele (Machado) não é investigado por absolutamente nada, é um advogado. A Ordem vai requerer rigorosa apuração para saber quem ordenou e quem executou essa espionagem, essa campana.”
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