Lílian Tahan
Da equipe do Correio
A participação da Polícia Federal nas investigações sobre irregularidades praticadas na indústria da morte do Distrito Federal será requisitada formalmente pela CPI dos Cemitérios. O presidente da comissão parlamentar de inquérito, Rogério Ulysses (PSB), apresentará na próxima quinta-feira requerimento para oficializar o pedido de ajuda. Os distritais avaliam que o reforço da PF pode ser determinante para o avanço de frentes de apuração iniciadas pela Câmara Legislativa.
Em matéria publicada na edição de ontem do Correio, o ministro da Justiça em exercício, Luiz Paulo Barreto, admitiu a possibilidade de acionar a Polícia Federal e fazer uma força-tarefa no caso da CPI dos Ossos. Mas observou que, como as investigações correm na esfera do legislativo local, a entrada da Polícia Federal depende da provocação dos parlamentares. “Há o maior interesse da nossa parte em ter esse apoio. Vamos tomar as providências oficiais para torná-lo realidade o mais rápido possível”, disse Rogério Ulysses.
Para o presidente da CPI dos Cemitérios, a Polícia Federal pode colaborar em linhas de investigação que exigem serviço de inteligência. Desde quando foi criada, em março, a comissão da Câmara Legislativa já reuniu uma série de suspeitas que extrapolam as denúncias iniciais sobre o sumiço de ossos e os preços abusivos praticados no setor. Os parlamentares e os técnicos envolvidos no caso apuram, entre outras histórias, o vínculo criminoso de funcionários públicos com donos de funerárias.
Conexão
A segunda condição para justificar o apoio da Polícia Federal à CPI dos Ossos é a suspeita de que exista vínculo entre irregularidades descobertas na capital da República com crimes praticados em outros estados. Nesse caso, os parlamentares argumentarão por escrito que há fortes indícios para se pressupor tal conexão, uma vez que os principais personagens investigados no âmbito do legislativo mantêm negócios em mais de um estado.
à CPI dos Ossos é a suspeita de que exista vínculo entre irregularidades descobertas na capital da República com crimes praticados em outros estados. Nesse caso, os parlamentares argumentarão por escrito que há fortes indícios para se pressupor tal conexão, uma vez que os principais personagens investigados no âmbito do legislativo mantêm negócios em mais de um estado.
O responsável pela administração dos cemitérios no DF, Francisco Moacir Pinto, é também dono de crematório
Antes mesmo de cogitar a parceria com a Polícia Federal , a CPI dos Ossos tem tentado conseguir o apoio formal da Polícia Civil do DF. A corporação orientou os deputados a dividirem o apoio de agentes cedidos para a comissão parlamentar de inquérito da Gautama, também em funcionamento na Câmara Legislativa. A sugestão, no entanto, não foi bem aceita. Técnicos da CPI pediram à Procuradoria da Casa a elaboração de um mandado de segurança que garanta o suporte da Polícia.
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