Após declarações do ministro da Justiça, Torquato Jardim, insinuando cortes em operações da Polícia Federal por conta do contingenciamento; o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, afirmou que a falta de dinheiro já compromete a Operação. Segundo reportagem do Portal G1, Dallagnol defende que a PF foi impedida de deflagrar mais etapas da Lava Jato em 2017.
“Há uma série de linhas de investigação que estão paradas ou andando de modo lento, quando elas poderiam já estar avançadas. Veja que das últimas sete operações pedidas e deflagradas na Justiça, da Lava Jato, seis partiram do Ministério Público Federal e apenas uma da Polícia Federal. Se a PF tivesse com uma equipe adequada, nós teríamos em vez de sete, 12 operações, seis da PF e seis do MPF”, afirmou Dallagnol ao portal G1. Isso representa, na prática, uma diminuição de ao menos 40% da Lava Jato.
Trabalho perdido
A Polícia Federal tem 473 operações em andamento no país, mas todo este trabalho está em risco. Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (SINDIPOL/DF) e vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Flávio Werneck, o contingenciamento de verbas anunciado pelo Ministro da Justiça, Torquato Jardim, não foi visto com surpresa pela entidade, mas vai dificultar ainda mais as operações da PF.
Em entrevista ao G1, ele disse que o corte de verbas aliado aos problemas de gestão dentro da corporação tem resultado em baixos índices de eficiência nas investigações criminais brasileiras e que este não é o único problema. “Nosso índice [de eficiência] é de menos de 10%. Em países como Estados Unidos e Chile, esse índice é de 60%. Mas é um binômio de problemas: falta de verbas e de gestão. Por exemplo, para buscar o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, a PF usou o jato da corporação que gasta R$ 7 mil por hora de voo. Isso é um absurdo. Esse jato é para transportar de 30 a 50 policiais”, afirmou.
Para Werneck, o contingenciamento de verbas vai tornar as investigações mais lentas porque os investimentos em tecnologia e inteligência serão necessariamente reduzidos. Além do mais, a Lava-Jato estará fadada a mais burocracia e morosidade, tendo em vista o fim do modelo americano de força tarefa.
Leia a matéria do G1 na íntegra, clicando aqui.
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