Defesa pediu suspensão da audiência ao STJ e aguarda resposta. Advogados questionam atuação do juiz Fausto De Sanctis.
O sócio-fundador do grupo Opportunity, Daniel Dantas, alvo maior da Operação Satiagraha, participa nesta quarta-feira (22) de audiência de interrogatório e instrução na 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, à qual também deverão comparecer Humberto Braz, ex-presidente da Brasil Telecom, e Hugo Sérgio Chicaroni, todos denunciados por suposto crime de corrupção ativa.
A Procuradoria da República acusa o controlador do Opportunity de ter tentado subornar com mais de R$ 1 milhão o delegado Vitor Hugo Rodrigues, da Polícia Federal, em troca do arquivamento do inquérito sobre atividades do grupo.
A audiência, em meio a grande tensão, será realizada com amparo na Lei 11.719, sancionada 12 dias depois da deflagração da Satiagraha, quando a PF prendeu 17 suspeitos, entre eles Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito Celso Pitta, citados em um esquema de evasão de divisas, lavagem de dinheiro e fraudes. Essa lei agiliza o rito judicial e põe fim à antiga prática prevista no Código de Processo Penal porque desloca o interrogatório dos acusados do início para o final da ação.
O novo modelo permite ao juiz que na mesma sessão tome depoimentos, abra espaço para debates entre acusação e defesa e julgue a causa, quando de pequena complexidade.
Alegando cerceamento e invocando suspeição do juiz Fausto Martin De Sanctis, a quem atribui “precipitação e pressa sem justificativa para concluir o processo”, a defesa de Dantas pediu suspensão da audiência.
No fim da tarde de ontem, os criminalistas Nélio Machado, Ilana Müller e Marcela Arilla Bocchi, que defendem Dantas, entraram com habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O pedido foi distribuído ao ministro Esteves Lima, que poderá tomar decisão até o meio-dia desta quarta.
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