Fonte: Cenário MT
Alem do completo abandono de suas unidades de trabalho no Estado a Polícia Civil ainda sofre com efetivo bem abaixo da demanda
Para a realização da Copa do Mundo, Mato Grosso teve como um dos investimentos na área de segurança pública a criação do moderno Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), que funciona no prédio da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), no CPA, em Cuiabá. Entretanto, o Estado sofre com a falta de infraestrutura nas delegacias de Polícia Civil. Na capital ou no interior, as unidades estão sucateadas e com baixo efetivo para atender a demanda de ocorrências.
“Hoje temos uma grande movimentação da polícia em Cuiabá por conta da Copa do Mundo. Mas, acabou a Copa, o que vai continuar é essa estrutura precária das delegacias na Capital e no interior do Estado”, criticou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Siagespoc), Aníbal Marcondes.
Delegacias de Roubos e Furtos de Veículos, do Carumbé, antigo Cisc do Planalto, e do Coxipó são algumas unidades citadas por proporcionar condições ruins de trabalho. “As condições são piores possíveis. Os ambientes são insalubres, pois os prédios sequer têm uma ventilação adequada. Estou no sindicato há 18 anos e sempre lutamos pela melhoria das delegacias, mas o setor da segurança pública não vem recebendo o investimento necessário. Não é prioridade, tanto que a violência tem aumentado absurdamente”, frisou o secretário geral do Siagespoc, Clédison Gonçalves.
Na Delegacia do Carumbé, policiais reconhecem que o local não possui a infraestrutura necessária para o desempenho das funções. Os problemas, segundo os relatos, vão desde a falta de material a existência de móveis ou equipamentos antigos e inadequados. Um problema recorrente, por mais que haja serviços de limpeza, é quanto o odor na cela dos presos.
Para o motorista D.B.M, de 38 anos, que esteve na delegacia na última quinta-feira para acompanhar uma amiga que estava com o marido detido, a delegacia também carece de maior comodidade tanto para quem trabalha no local ou para quem precisa registrar uma queixa ou responde por envolvimento em delito. “Pelo que vi as salas são pequenas e apertadas e faltam cadeiras. Há portas sem fechaduras e o banheiro está em estado precário”, comentou.
O prédio em sida da delegacia também tem problemas de segurança. Prova disso é que no fim do ano passado uma arma que fazia parte de um dos inquéritos foi levada de dentro da unidade. “Quando a delegacia começou a funcionar eram 14 policiais de plantão. Hoje, só temos quatro”, disse um policial, que preferiu não se identificar. “Não existem condições de trabalho. Além da parte física, há essa questão de pessoal”, acrescentou.
Já o pátio deixa a delegacia a esmo, onde fica alojado a céu aberto um verdadeiro museu de carros e motocicletas furtadas, roubadas, recuperadas e apreendidas sem destinação legal.
A reportagem do Diário procurou a Polícia Civil para falar sobre o assunto. Porém, por meio da assessoria de imprensa, a diretoria da instituição disse que não iria comentar a questão no momento, mas somente após o Mundial.
O CICCR foi inaugurado às vésperas do início da Copa e é responsável pelo videomonitoramento das atividades de segurança durante o evento esportivo na capital.
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