Prisão causou espanto, pois era visto como técnico dos mais qualificados
Paraibano, com 55 anos, o ex-diretor executivo Romero Lucena de Menezes está na Polícia Federal há 30 anos. Ele começou como agente e, seis anos depois, passou no concurso de delegado. Era considerado um dos quadros técnicos mais qualificados da PF e sua prisão causou espanto e decepção na corporação.
Na gestão anterior, do delegado Paulo Lacerda, Menezes foi o auxiliar mais próximo de Zulmar Pimentel, então diretor-executivo. Pimentel também caiu em desgraça, em 2007, acusado de ter vazado informações de uma operação, a Octopus, que investigava colegas suspeitos de envolvimento com a construtora Gautama, do empresário Zuleido Veras, preso em outra operação, a Navalha.
Nessa função, Menezes atuou em diversas megaoperações da PF, até se afastar do órgão para assumir a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco. Atuou, por exemplo, na Operação Chacal, que desmantelou, em 2004, o que a PF considerava ser uma rede de espiões estrangeiros, montada pela multinacional Kroll Associates no Brasil para monitorar executivos da área de telefonia e autoridades do governo, sob encomenda do empresário Daniel Dantas e da ex-presidente da Brasil Telecom Carla Cico. A Kroll, Dantas e Cico negam envolvimento com espionagem.
Em 2005, Menezes também teve participação ativa na Operação Vampiro, que desmantelou uma quadrilha especializada em desviar recursos do Ministério da Saúde com a compra superfaturada de hemoderivados. A operação causou a queda do ministro Humberto Costa, um dos denunciados pelo Ministério Público.
Articulado, Romero é um dos formuladores da política de comunicação social da PF, com ampla cobertura midiática das operações, o que mais tarde viria a ser rotulado de “pirotecnia” pelos críticos da corporação. Ele introduziu a cadeira de “Comunicação Social” na Academia Nacional da PF, criou uma agência nacional de notícias, sediada em Brasília, e implantou núcleos de informação, semelhantes a sucursais, nas 27 unidades da PF do País.
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