Não é surpresa nenhuma a afirmação que os Agentes, Escrivães e Papiloscopistas 3ª e 2ª Classe foram os maiores prejudicados nos recentes embates travados com o Governo, no que tange à recomposição salarial. Afirmou-se, naquela época, que foi um ajuste, pois os “novinhos” teriam recebido parte do aumento antecipadamente devido ao “gatilho” do salário mínimo.
Em silêncio me mantive, da lavratura do malfadado acordo do GERC até esta data. Perdi a paciência. Com o quê?
A falta de respeito com a própria categoria Policial por parte de seus negociadores. Ficou patente que o interesse particular se sobrepôs aos interesses da categoria. Nunca, eu disse NUNCA, se deve criar uma nova classe (por sinal ainda hoje sem suas atribuições) para baixo. Vou ser mais claro. Aceitar redução da base salarial, mediante criação de nova classe! Isso tudo, sobre o manto, a falácia de corrigir supostas distorções salariais existentes. Parafraseando famoso programa humorístico: FALA SÉRIO!
A tabela apresentada. Não preciso nem tecer maiores comentários. A ofensa apresentou-se quando foi quebrado acordo proposto em assembléia que aprovou aumento linear. Baseado na tabela empurrada “goela abaixo”, posso afirmar: OS QUE GANHAM MAIS FORAM AGRACIADOS COM OS MAIORES ÍNDICES DE RECOMPOSIÇÃO. Sendo mais claro: DPF's e PCF's, categorias melhor remuneradas, receberam os maiores índices. Logicamente, Policiais classe especial um pouco mais do que os de 1ª Classe e assim sucessivamente. Acho que nossos negociadores se inspiraram no abismo social existente em nosso país. Pensaram eles – vamos criar o mesmo abismo entre os cargos e classes dentro do DPF; Os mais abastados ganharão mais, afinal estamos no Brasil, o país das desigualdades! APF's, EPF's e PPF's 2ª Classe? Base da pirâmide (à época)? Para estes, menos da metade dos “mais abastados”. Aos que ingressarem por meio de novo concurso? Criaremos a 3ª Classe; os “novíssimos”; logicamente, ganhando um pouco menos.
Agora, nos deparamos com uma possível boa notícia que é a expectativa de restituir valores pagos indevidamente a título de Imposto de Renda. Em se confirmando referida restituição chego à seguinte conclusão: O AUMENTO REAL(líquido) DOS SERVIDORES APF's, EPF's e PPF's 2ª e 3ª CLASSE FOI DE MENOS DE 15%. Como cheguei a este cálculo? Simples.
Peguei meu último contracheque. (aquele!!! antes do cala a b…acordão !!). Somei ao líquido recebido as rubricas ditas não tributáveis e….. parabéns! O meu aumento real foi vergonhoso.
Peço desculpas aos colegas pelo desabafo, pelo tom de sarcasmo carregado. Não acordei muito bem hoje. Lembrei-me de algumas verdades que ficam latentes em nossa mente durante boa parte do tempo, mas que surgem, com muita força, quando nos deparamos com tal despautério.
– alguém se lembra que…? Em
– promessas de remuneração de nível superior? Foi o embasamento da greve de 2004. Somos todos graduados, prestamos concurso que nos cobra tal requisito. Não há como negar: O DPF deu um salto de qualidade, mas….ahh….afirmam: “podem ficar tranqüilos, vai sair no texto da Medida Provisória do subsídio. Alguém viu? Pois é…nada.
– Lei orgânica? “Nunca vi, nem comi, eu só ouço falar..” ou “contos da carochinha”? ao gosto do freguês.
– Competência e capacitação!! No DPF é secundário. O que importa é hierarquia e disciplina. Pós, Mestrado e Doutorado para quê?
Pelo menos meus colegas, esse texto veio alcançar um objetivo. O batismo de um diálogo que pretendo manter com os leitores deste sitio do SINDIPOL, com regularidade (isso é uma promessa), devidamente nominado por DESABAFO, que pretendo rascunhar quinzenalmente.
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