Fonte: G1
Categoria pede aumento, reestruturação de carreira e novo concurso. Paralisação também critica esquema de segurança para a Copa do Mundo.
Policiais federais do Distrito Federal entraram nesta terça-feira (11) em uma greve de três dias durante mais uma mobilização nacional da categoria para pedir aumento salarial, reestruturação de carreira e novo concurso. Nesta paralisação, eles também protestam por “segurança pública padrão FIFA”, afirmando que há servidores sem experiência operacional indicados por critérios políticos para planejar e coordenar as ações durante a Copa do Mundo.
A categoria prevê se reunir às 14h desta terça em frente ao edifício sede da PF. A corporação disse que não se pronuncia sobre esse tipo de situação.
Em nota, a Federação Nacional dos Policiais Federais afirma estar preocupada com a forma como o governo nacional tem se planejado para o mundial. A entidade representa sindicalmente 20 mil agentes, escrivães e papiloscopistas.
“Os agentes federais estão preocupados, pois a cúpula do governo aparenta estar mal assessorada, sem noção da realidade. Na tomada de decisões, policiais especializados e experientes em campo não são ouvidos. E devido às falhas gerenciais, o que se observa é uma tendência emergencial à militarização, com tanques e fuzis apontados para os brasileiros”, diz o texto.
Segundo o presidente da entidade, Jones Leal, as maiores fragilidades estão nas fronteiras e nos aeroportos. “Em todos os aeroportos e unidades de fronteiras brasileiras, sem exceção, não existe uma quantidade suficiente de agentes federais para cuidar do policiamento aeroportuário, de fronteiras e combate ao crime organizado. Em alguns aeroportos não tem nenhum. E, infelizmente, mais de 250 policiais federais abandonam a profissão todos os anos, pois a carreira tem sido duramente sucateada pelo governo.”
Apesar da paralisação de 72 horas, os policiais afirmam que o atendimento ao público não será afetado. A emissão de passaportes, por exemplo, segue ocorrendo normalmente. Apenas as investigações de longo prazo não serão realizadas nesta terça, quarta e quinta.
O Ministério do Planejamento informou que nos dois últimos anos a categoria não aceitou a proposta de reajuste de 15,8%, feita a todos os servidores públicos federais, e não fechou acordo com o governo. Também afirmou não ter margem financeira e fiscal para fazer o reajuste pedido, mas disse que está disposta a negociar com os policiais federais.
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