O diretor de Inteligência da polícia federal, Daniel Lorenz, criticou ontem, na CPI do Grampo, a atuação do delegado Protógenes Queiroz à frente da Operação Satiagraha, que investigou Daniel Dantas, dono do banco Opportunity. Segundo Lorenz, Protógenes foi desleal com os chefes e mentiu aos colegas para ocultar a participação de arapongas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na investigação – participação que chamou de ilegal e desnecessária.
Segundo o deputado Raul Jungmann (PMDB-PE), integrante da CPI, cerca de cem servidores da Abin teriam atuado na Satiagraha, enquanto a PF destacara 25 homens. A Abin reconheceu a participação de 56 analistas na equipe de Protógenes.
– Um servidor disse que o próprio Queiroz apresentava os agentes da Abin como técnicos da Receita. Os policiais só foram saber no final da operação que aqueles senhores eram da Abin, e não técnicos da Receita. Isso nos deixa chocados com a forma desleal com que ele se portou diante da PF e dos colegas – disse Lorenz.
O delegado foi incisivo ao rebater as acusações de Protógenes de que a direção-geral da PF retirou o apoio à Operação Satiagraha. Esse teria sido um dos motivos que levaram Protógenes a buscar ajuda de agentes da Abin sem o conhecimento de seus superiores imediatos na PF.
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