Um confronto entre traficantes e policiais federais acabou em tragédia na madrugada desta quarta-feira, 17, na localidade de Codajás no Rio Solimões. Um barco carregado de cocaína foi abordado pelos policiais que atuam no combate ao tráfico no rio. Bandidos fortemente armados, que estavam em outra embarcação dando cobertura aos traficantes, abriram fogo contra os policiais federais. Morreram no local os policiais federais Leonardo Matzunaga Yamaguti, lotado em Tabatinga, e Mauro Lobo da DRE em Manaus. Ficou ferido com um tiro na perna e outro no braço o policial federal Charles Nascimento, também da DRE.
A morte dos policiais federais no Rio Solimões provoca dois sentimentos nos demais policiais do Amazonas e de outros estados do país. O primeiro é de tristeza pela perda dos colegas que se dedicavam ao combate do crime. O outro é de revolta pela situação de abandono a qual estão submetidos os policiais que atuam, sobretudo, na Amazônia.
Leonardo Matzunaga Yamaguti e Mauro Lobo: mortos durante confronto com traficantes e Charles Nascimento: policial ferido na troca de tiros
Segundo informações obtidas com exclusividade pela Agência Fenapef, os barcos à disposição dos policiais federais para o enfrentamento do crime nos rios do estado do Amazonas são inapropriados. Nenhuma das embarcações é blindada e os motores não têm potência suficiente para concorrer com as modernas embarcações dos criminosos.
Na Delegacia de Tabatinga de todos os coletes balísticos para uso dos federais somente um ainda não teve o prazo de validade vencido.
O Policial Federal Leonardo Matzunaga Yamaguti era lotado em Tabatinga, mas sua família é de Brasília. Matzunaga tinha acabado de se formar na Academia, onde finalizou seu curso em julho deste ano. O Sindipol/DF lamenta pelo ocorrido e se solidariza com a família e apresenta os seus sentimentos de profundo pesar.
TRÁFICO
Conforme informações levantadas pelos policiais federais que atuam na inteligência na região, os criminosos responsáveis pelo tráfico de drogas e armas estão “aprimorando” sua logística de atuação. “A ordem dos chefes do tráfico é para que os carregamentos sejam protegidos a qualquer custo”, diz um policial. Há informações, segundo este mesmo policial, de que grupos com cerca de 50 a 60 integrantes estariam atuando na região. “A maioria desses criminosos está equipada com fuzil 762 e tem ordem do tráfico para matar federal”.
Sem problemas com dinheiro para financiar a compra de armamento pesado e de barcos o tráfico está cada vez mais ousado. No dia 25 do mês passado outra ação da PF em parceria com a PF resultou num agente federal ferido a tiros. No dia 27, felizmente os bandidos foram presos.
Fonte: Sindipol/DF e Agência Fenapef
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